No caminhar
silencioso do destino,
vago pela vida, solitário, triste, em
busca do sentido maior da existência...
Na chama que se
extingue, vou deixando
em cada anoitecer um pouco do brilho
que ainda me pertence...
... morro nas
distantes bocas que beijei.
Nos corpos amados onde deixei o prazer
envolto nos gritos delirantes da paixão.
... morro no
copo vazio, sem gelo, girando
docemente entre meus dedos. No olhar
perdido do amor que se foi. No pranto
sufocado pela madrugada...
... morro no
caminhar cadenciado das
ilusões que me acompanham como se a
rir estivessem das minhas certezas.
E assim,
de tantos
morreres, nem sei se terei muito
o que morrer quando chegar a hora daquele
inevitável encontro já marcado ao nascer...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ -
20/08/2006
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Cortázar
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