Coração


Velho amigo de loucas épocas e que hoje
se acomoda no peito fraterno de quem amou
a vida, apesar dos seus cruéis disfarces.

Mundanos, vibramos nos acordes românticos
das madrugadas do amor quando, cauteloso,
você ditava o ritmo do prazer...

Solitários, percorremos inconstantes mares,
em busca das emoções sonhadas nos tempos
de menino.

Ambos, jovens e destemidos, ignorávamos
os riscos dos que se aventuram na paixão.
E sofremos. Como sofremos...

Apaixonados, percorremos os caminhos mais
ocultos e inexplorados da essência feminina.
Montanhas de desejos, planícies de infinitos
prazeres, cálidas terras férteis para o amor.

Entre a alegria da conquista e a tristeza do
adeus, nossas vidas vagaram...

Bate, amigo, mas não muito rápido. Procura
acompanhar com ternura os passos cansados
deste companheiro que ainda crê no desafio
do amor...

Quando se sentir cansado, avisa, amigo.
Então pararemos juntos e, finalmente,
descansaremos nos braços de uma linda
e pura estrela...

Como em vida, não poderemos jamais
viver separados...

Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 27/08/2005




Fundo Musical: Oaxaca - Ernesto Cortázar
 

 

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