Noite profunda.
Quase sem vida.
Dedos tentam
encontrar a perdida
inspiração acariciando teclas inertes
que, sem forças, se apoiam no vazio.
Pela janela,
edifícios apagados
tentam definir os limites da solidão.
Inconformado, busco uma luz ou
um som que confirme, ao menos,
um simples sopro de vida.
Um choro de
criança.
Um gemido de amor.
Uma música romântica.
Resignado olho
para a Lua, já
minguante e vejo, de repente, você.
Fria e distante, mas você...
O brilho já não
é o mesmo.
O nosso amor, como ela, mostra
apenas um leve contorno de luz.
Ecos do passado
se ocultam
atrás de indiferente silêncio.
Vazia, a tela do computador
conformada se apaga.
Com um amargo
clique desligo
nossos corações, secos e distantes.
Em silêncio, na
madrugada, nosso
amor falece...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ - 30/07/2005
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