VIAJOR
Ary Franco (O Poeta Descalço)
Viajante sem destino, vagando ao léu.
Como teto, às vezes, tem somente o céu.
Leva como bagagem muita esperança.
Procura seu bem-querer em sua andança.
No peito, um coração repleto de carinho,
Deixa em seu rastro suspiros pelo caminho.
Segue confiante nesta jornada o pobre viajor.
Sabe que inda achará seu tão desejado amor.
Hoje, amanhã, semana, mês ou ano que vem
Acredita que mais adiante ela lá vai estar.
A musa de seus sonhos, o seu idolatrado bem
De braços abertos, sorridente a lhe esperar.
Em cada bifurcação, em cada encruzilhada
Ele a vê, corre ao encontro de sua amada.
Pensa vislumbrar, sua encantadora imagem.
Ledo engano! Nunca passa de uma miragem...
Desistir? Jamais! Persista, continue em frente.
Quiçá, um dia desses, nos esbarremos nessa estrada.
Pois, também sofro. Nada de ti sou diferente.
Perambulo a esmo, querendo achar minha amada!