Na incontida volúpia de nossos beijos trocados Mordeste minha boca com erótica sofreguidão. No ritmo de teus ais, saciamos desejos alienados. Sangra-me o lábio, pulsa-me mais forte o coração. “Besame mucho” ao fundo, mais nos estimulava. No ardor de nosso sexo selvagem, eu te sufocava. Cingida em meus braços, arfavas assaz satisfeita, Cúmplice de nossa mútua entrega total e perfeita. Enfim, abres os olhos e sorris dengosa para mim. Tanto queria eu que esta noite jamais tivesse fim, Mas o inclemente sol já se faz imiscuir no horizonte E arrefece nossa doce loucura agora agonizante. Preocupada e carinhosa, acaricias-me a boca ferida. E, sob o lençol que agora nos cobre, pedes-me perdão. Desejo que o faças muitas vezes mais, minha querida. Mostras a quanto vai o gozo manifesto de tua paixão!
Ary Franco |