Brisas de Outono

Recebi em 19/03/2018




Despede-se sem adeus o tórrido verão.
Já sinto no rosto as brisas de outono.
São arautos dos bons dias que virão.
Na rede, deito-me embriagado de sono.

Folhas secas despencam de florida árvore.
Suave aragem as trás para minha varanda.
Formam um tapete no frio chão de mármore.
Com elas chega-me um doce olor de lavanda.

O luar salpica de prata o tapete folheado.
Deslumbrado, recuso-me a nele pisar.
Permaneço na rede, feliz e encantado.
Presente da natureza que me veio ofertar.

Apego-me ao momento, mas o tempo é implacável.
Arrastado por ele sou, sem a mínima dó ou piedade.
Temo o frio inverno que virá de forma inapelável.
Sei que este outono, quando se for, deixará saudade.

Ary Franco
(O Poeta Descalço)




Fundo Musical: Valsa Da Despedida - Violinos Mágicos

 
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