Assim como o colibri faz com a flor desprevenida Provei de seus lábios o néctar de um beijo roubado. Dengosamente simulou ter ela ficado surpreendida. A música embalou a confissão do amor declarado. No repente do encontro de nossas bocas desejosas. Aconteceu aquele beijo com ardente sofreguidão. Além do sabor sensual inda senti o olor das rosas. Rosas que ornavam o nascimento de uma paixão. Já não dançávamos, apenas abraçados sonhávamos No compasso do suave balanço da canção orquestrada. Rostos colados, entre sussurros juras de amor trocadas. Com o sereno e a noite gelada não nos importávamos. Sentia o aconchego do bater de seu coração arfante. Palavras de desejos incontidos nasciam ofegantes. Estreitei-te mais em meus braços e beijei-te novamente. Dessa vez não foi um beijo roubado, foi conivente! Ary Franco (O Poeta Descalço) Fundo Musical: Besame Mucho |