Recebi em 19/08/2024 |
Primavera, não te afastes, dá-me a tua mão, deixa-me, ao menos, um pouco de esperança, de que poderei ficar à tua espera, como se fora uma criança a quem é criada a ilusão de te ver, novamente, primavera. Tantos anos já passados… tantos… desde que te conheci quando, no berço, brincava com a folha caída do alto da ramagem. Foi, então, que, surpreendido, senti que aquela ligeira aragem anunciava a tua chegada a todos os recantos. Agora, custa mais a despedida porque não sei se te voltarei a ver, sentir aquele sossego, aquela paz, aquela calma que me deixava a transbordar de alegria e que me preparava a alma para ver em toda a flor um toque de poesia. É muito longa a espera para, de novo, te ver chegar, não sei se te posso aguardar, assim, atende minha razão… dá-me a tua mão… …primavera… dá-me a tua mão que eu deixo-me levar. António Barroso (Tiago)
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