O que espero para o Ano Novo
(Crônica)

       Como aposentado, espero ter um aumento na minha aposentadoria de 300%, para equiparar-me ao que deveria estar recebendo, proporcional ao quanto recebia ao me aposentar, isto é: a mesma quantidade de salários mínimos. Não quero mais precisar ser ajudado pelos meus filhos para poder sobreviver.

       Como brasileiro, espero que os nossos governantes deixem de legislar em causa própria, abram mão de seus polpudos ganhos e os revertam a favor de nossos hospitais, segurança pública e educa-ção. Tenhamos assistência médica, sem necessidade de pagarmos planos de saúde caríssimos e sermos atendidos e tratados com dig-nidade e respeito pelo SUS e Hospitais Públicos.

       Como cristão, solidariedade para com os menos favorecidos e ajuda ao próximo, amando-os como a nós mesmos.

       Como cidadão, quero poder sair à noite em segurança, sem risco de ser assaltado ou assassinado. Dormir sem ter que trancar minhas portas; com as janelas abertas no calor e sem grades de proteção, alarmes ou cercas eletrificadas.

       Como chefe de família, quero contar com boas escolas e facul-dades públicas para meus filhos estudarem, sem necessidade de ter que pagar colégios particulares. Depois de formados, quero empre-gos para meus filhos poderem trabalhar e constituir suas famílias.

       Como trabalhador, receber salário compatível com meus servi-ços prestados e poder cuidar condignamente de meus dependentes, dando-lhes o conforto necessário, sem que nunca passem priva-ções.

       Como ser humano, quero todas as ruas calçadas, com sanea-mento básico, escoamento perfeito de águas pluviais, livres de en-chentes e/ou alagamentos. Coleta de lixo regularmente para evitar proliferação de doenças.

       Quero ver minhas florestas e matas realmente protegidas, fa-zendo-se cumprir as leis já existentes apenas no papel.

       Quero o fim das corrupções e dos  corruptores. Quero que o funcionário público deixe de nos olhar de cima e passe a ser um servidor público, como na verdade deve ser.

       Não quero esmolas do Governo, como cestas básicas, seguro desemprego ou terras para plantar (quero ganhar o suficiente para comprá-las). Não quero ganhar peixes para aplacar minha fome; quero ter condições de comprar minha vara de pescar. Quero dei-xar de ter que pagar impostos exorbitantes para sustentar famílias de presidiários e políticos com padrões de vida nababescos.

       Quero DIGNIDADE, RESPEITO E CIDADANIA DE FATO! Não quero sentir-me um palhaço escutando falácias de nossos governan-tes! Quero fazer parte de um povo educado, bem informado e culto. Não quero ver a ignorância ser fomentada pelos interessados em que o Brasileiro fique cada vez mais inculto e que ele só possa pensar e votar com o estômago e não com o cérebro! Hoje, causa-me constrangimento, ao ver um caminhão acidentado, ter sua car-ga saqueada por um bando de pessoas famintas e desassisadas.

       Finalmente, quero poder escrever uma crônica no dia 31 de dezembro de 2011, dizendo que tudo isso foi alcançado ou que, pelo menos, NÃO PIOROU!

       QUERO, CADA VEZ MAIS, CONTINUAR A TER ORGULHO DE SER BRASILEIRO! PELO MENOS ISSO, NÃO ME TIREM, POR FAVOR!

Ary Franco



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