Quantos presentes lindos você me ofereceu durante
estes anos todos!
Não será neste seu aniversário e em nenhum outro que serei uma filha
ingrata!
Pelo contrário, embora o que tenho a lhe ofe-recer seja tão pouco que me sinto envergo-nhada.
Aceite o meu coração cheinho de amor, a mi-nha fé que jamais esmoreceu, o sorriso insis-tente que eu tenho sempre para
você, as mi-nhas esquisitices comportamentais, os esqueci-mentos da minha cabecinha cansada...
Aceite o meu agradecimento
sincero por todos os pedidos que lhe roguei e que você me con-cedeu.
Isto não quer dizer que não vou continuar pedindo e
pedindo a sua ajuda.
Sou assim mesmo e serei até o dia que você me chamar.
Não se canse de me ouvir, certo?
E nem fique bravo quando choro porque você demora um bocadinho.
Às vezes a ansiedade grita mais forte e eu ain-da sou humana, com todos
os defeitos huma-nos.
Procuramos melhorar sempre mas somos ainda
tão insignificantes!...
Como disse, continuarei pedindo e não vou desperdiçar uma
oportunidade como esta.
Então, escute-me uns minutinhos.
Você está vendo quanta gente que lhe virou as costas está voltando
a procurá-lo?
Acho que está feliz com isso.
Mas veja: muita gente ainda acha que você é um conto de fadas.
Não ria!
É verdade!
Não consigo entender isso!
Perderam o contato...
Não ligue, não!
Uma hora qualquer a necessidade inerente vai falar alto e
eles se curvarão.
Não há como escapar disso.
Será que não podemos apressar esse fato?
Será que você não poderia mandar uma faisquinha da sua luz, como um pozinho de pirlimpimpim, só para iluminar mais cada um dos seus filhos?
Quem sabe, com um pouqui-nho de ajuda, tudo comece a melhorar, não é?
Olhe: o mundo parece virado, de cabeça
para baixo.
Parece que as pessoas querem que o mundo gire em torno delas, perderam o sentimento de solidariedade.
Aquela
história que você já deve ter ouvido: "Cada um com seus problemas", "cuide do seu umbigo que eu cuido do meu", "não tenho
nada com isso"...
As coisas mais naturais do mundo estão virando esquisitices.
Ninguém mais se preocupa com ninguém, mas de
cobrar não se esquece e apontar os defeitos alheios virou uma arma poderosa para escon-der os próprios...
Veja a
vaidade a que ponto chegou!
Nem preciso comentar!
O orgulho, então, minha nossa!
Desculpe, não acho bom cansá-lo com
os meus lamentos.
Mas se puder ajeitar as coisas aqui neste mun-do, ainda poderemos ver o homem reconhecer que os avanços tecnológicos não precisariam desencadear tantas mudanças comportamen-tais.
Isso não é crescer, é complicar o crescimento;
não é progredir, mas estagnar o progresso; não é unir, mesmo que se fale em inclusão e universalização.
Isso se chama
desumanização e causa tantos problemas!...
Se nós sofremos, imagine os inocentes!
Olhe! Veja se dá um jeitinho, mas não como
brasileiro, viu?
Isso já está fora de moda e todos nós sabemos que não funciona.
Não se esqueça que a festa é sua.
Faça uma
forcinha e apareça, mesmo para os que esqueceram do convite.
Quem sabe um "susto" assim, de repente, avive a memória.
Sempre
há recomeço.
Aqui em casa o seu lugar é especial.
Se
merecermos, sente-se conosco.
Será um prazer imenso.
Um abraço do tamanho do mundo e todo o meu
carinho.
PS: O endereço você está cansado de conhecer.
Autoria Desconhecida