Pretendo falar da "lembrança do
meu pai."
Não importa quem meu pai tenha sido, o que interessa é a
minha lembrança
de quem ele foi.
Quando um filho viveu a vida toda ao lado de seu pai é fácil tecer
comentário sobre ele, mas quando o perdeu aos quatro anos de
idade é mais difícil, pois você só sabe dele o que alguém te contou.
Mas não é por isso que
deixo de falar algo dele que me foi trans-mitidos por
minha mãe, parentes e
amigos daquela época.
Minha vida se desenvolveu
num verdadeiro desafio.
Sem este pai maravilhoso ao meu lado.
Todos me falavam a mesma coisa, seu pai, foi
um homem sincero, honesto, religioso, bom pai de família.
Minha mãe
conta que após ele falecer, ela chorava muito e minutos após ele ter falecido, voltou em si e disse “NÃO CHORES”.
E nunca mais falou.
Cinquenta anos já
transcorreram, mesmo não tendo sua imagem em minha
mente, mas o exemplo
dele que a mim foi passa-do é como se ele próprio a
mim tivesse
aconselhado.
Por isso escreveu o Pregador:
“MAS VALE O BOM NOME DO QUE OS
MUITOS UNGUENTOS” Deus o levou aos vinte e oito anos de ida-de, mas
ele
deixou bom perfume
na terra.
Mas sei como meu pai foi tão amoroso, minha mãe nos contava que ele cozinhava, lavava e passava, e a tratava como uma rainha, como pode
ser
isto, se ele foi criado sem a mãe e abandonado por seu pai, e
sofreu muito durante sua curta jornada na terra? Mas o que me
contavam dele era que tinha um coração muito amoroso.
Tudo que me passaram de meu pai guardo como relíquia não importando quem meu pai tenha sido, mas minha
lembrança é o que ele foi.
Valeriano Luiz da Silva
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