Era o ano de 1908. Um navio de guerra inglês fazia um
cruzeiro nos Mares do Sul. O comandante, encerrado em seu camarote, fazia
cálculos algébricos, a giz, no quadro-negro.
Depois, sentou-se à mesa para passar ao papel todos os
seus cálcu-los.
Quando se voltou, para ler a última anotação que
fizera, viu apare-cer uma mão que tomou da esponja e apagou o que estava no
qua-dro.
Assombrado, viu aparecer o antebraço e depois, a pouco
e pouco, como algo nebuloso se tornou visível: era um homem, uniformiza-do.
De imediato, ele reconheceu um dos seus antigos
companheiros de escola, oficial da Marinha, como ele, e que não via desde
alguns anos.
Notou que o oficial estava envelhecido. A figura tomou
um pedaço de giz, escreveu uma latitude, uma longitude, e depois
desapare-ceu.
Tão logo se dissipou o assombro que o tomara, o
comandante cha-mou seus oficiais e lhes referiu o que acabava de presenciar.
Mostrou as indicações escritas no quadro-negro e que
não eram os seus algarismos.
De comum acordo, anotaram data e hora. E todos,
obedecendo a um mesmo sentimento, decidiram rumar, a todo vapor, para o
pon-to do oceano indicado no quadro.
Cinco dias depois chegaram ao local determinado, em
pleno mar, a milhares de milhas de toda costa. E fora das rotas de
navegação.
No dia seguinte, o sexto dia, avistaram ao longe
alguma coisa que flutuava, como um ponto negro no horizonte claro.
Verificaram se tratar de uma jangada, feita de tábuas
apenas reu-nidas.
Sem víveres, sem água, agonizavam ali três pessoas.
Resgatadas, após 48 horas, puderam falar. Eram os únicos sobreviventes do
naufrágio de um grande navio que se tinha incendiado e soçobrado em pouco
tempo.
O oficial que aparecera no navio de guerra era o seu
comandante.
O naufrágio ocorrera no ponto assinalado pelo fantasma
e exata-mente na hora que ele havia aparecido ao amigo.
Tudo estava anotado no diário de bordo do comandante
do navio de guerra.
E se concluiu que, no exato momento em que estava a
morrer nas chamas, o oficial, preocupado, com certeza, com a tripulação e
demais passageiros, buscara socorro.
Encontrou no amigo a possibilidade de se manifestar e
deixar o seu recado.
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O fato não é único, nem tão insólito como
pode parecer. Histórias de Espíritos que se manifestam na hora da morte a
amigos e paren-tes, existem às centenas.
São chamados de fantasmas por muitos. O que ocorre é
que a alma se exterioriza, se apresenta em sua forma fluídica, aparecendo à
distância.
O grande motor em tudo isso é a vontade.
Ao contrário do que pretendem alguns, a alma é um ser
real, inde-pendente dos órgãos físicos.
Por isso, pode exercer sua ação fora dos limites do
corpo. Pode transmitir a outros seres seus pensamentos, suas sensações.
E mesmo, pode se desdobrar e aparecer em uma forma
fluídica, se assim o deseja.
Pensemos nisso e concluamos outra vez pela grandeza
dessa trinda-de que é o homem.
Criado por Deus, recebe um corpo de carne com o qual
se movi-menta no mundo. Dispõe de um corpo fluídico, forma original do corpo
físico e de uma alma, o ser pensante e atuante.
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Redação do Momento Espírita com base no
cap. 12, pt. 2,
do livro No invisível, de Léon Denis, ed. Feb.
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Redação do Momento Espírita
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