Um Aviso na Noite

Recebida em 15/01/2014


Era o ano de 1908. Um navio de guerra inglês fazia um cruzeiro nos Mares do Sul. O comandante, encerrado em seu camarote, fazia cálculos algébricos, a giz, no quadro-negro.

Depois, sentou-se à mesa para passar ao papel todos os seus cálcu-los.

Quando se voltou, para ler a última anotação que fizera, viu apare-cer uma mão que tomou da esponja e apagou o que estava no qua-dro.

Assombrado, viu aparecer o antebraço e depois, a pouco e pouco, como algo nebuloso se tornou visível: era um homem, uniformiza-do.

De imediato, ele reconheceu um dos seus antigos companheiros de escola, oficial da Marinha, como ele, e que não via desde alguns anos.

Notou que o oficial estava envelhecido. A figura tomou um pedaço de giz, escreveu uma latitude, uma longitude, e depois desapare-ceu.

Tão logo se dissipou o assombro que o tomara, o comandante cha-mou seus oficiais e lhes referiu o que acabava de presenciar.

Mostrou as indicações escritas no quadro-negro e que não eram os seus algarismos.

De comum acordo, anotaram data e hora. E todos, obedecendo a um mesmo sentimento, decidiram rumar, a todo vapor, para o pon-to do oceano indicado no quadro.

Cinco dias depois chegaram ao local determinado, em pleno mar, a milhares de milhas de toda costa. E fora das rotas de navegação.

No dia seguinte, o sexto dia, avistaram ao longe alguma coisa que flutuava, como um ponto negro no horizonte claro.

Verificaram se tratar de uma jangada, feita de tábuas apenas reu-nidas.

Sem víveres, sem água, agonizavam ali três pessoas. Resgatadas, após 48 horas, puderam falar. Eram os únicos sobreviventes do naufrágio de um grande navio que se tinha incendiado e soçobrado em pouco tempo.

O oficial que aparecera no navio de guerra era o seu comandante.

O naufrágio ocorrera no ponto assinalado pelo fantasma e exata-mente na hora que ele havia aparecido ao amigo.

Tudo estava anotado no diário de bordo do comandante do navio de guerra.

E se concluiu que, no exato momento em que estava a morrer nas chamas, o oficial, preocupado, com certeza, com a tripulação e demais passageiros, buscara socorro.

Encontrou no amigo a possibilidade de se manifestar e deixar o seu recado.

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O fato não é único, nem tão insólito como pode parecer. Histórias de Espíritos que se manifestam na hora da morte a amigos e paren-tes, existem às centenas.

São chamados de fantasmas por muitos. O que ocorre é que a alma se exterioriza, se apresenta em sua forma fluídica, aparecendo à distância.

O grande motor em tudo isso é a vontade.

Ao contrário do que pretendem alguns, a alma é um ser real, inde-pendente dos órgãos físicos.

Por isso, pode exercer sua ação fora dos limites do corpo. Pode transmitir a outros seres seus pensamentos, suas sensações.

E mesmo, pode se desdobrar e aparecer em uma forma fluídica, se assim o deseja.

Pensemos nisso e concluamos outra vez pela grandeza dessa trinda-de que é o homem.

Criado por Deus, recebe um corpo de carne com o qual se movi-menta no mundo. Dispõe de um corpo fluídico, forma original do corpo físico e de uma alma, o ser pensante e atuante.

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Redação do Momento Espírita com base no cap. 12, pt. 2,
do livro No invisível, de Léon Denis, ed. Feb.
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Redação do Momento Espírita

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