Educar exige esforço. Que o digam os pais e em
especial as mães que, de um modo geral, ficam mais horas com a criança. É
uma tarefa ár-dua com certeza.
Há dias em que a irritação atinge o auge. São aqueles
em que as cri-anças parecem ter acordado com o fiel compromisso de nos
atormen-tar.
É em momentos assim que se pode explodir com a frase:
“ai, meu Deus, por que eu fui ter filho?”
A frase cai como uma bomba sobre um pequeno traquinas,
esperto e disposto a todas as brincadeiras.
Ao ouvir isso ele pode se sentir rejeitado, sem lugar
no mundo, res-ponsável por uma situação que em verdade não criou.
É todo um conjunto de circunstancias que nos leva a
desabafar desta forma.
É a preocupação com os afazeres domésticos, os
compromissos profis-sionais, em que somos cobrados pela produtividade e
desempenho.
É o dinheiro que falta para cobrir todas as despesas.
E, para comple-tar, um dia de chuva após o outro e as crianças gritando,
tirando tudo do lugar, correndo pelos quatro cantos da casa, sem parar.
O desabafo tem outras maneiras de ser expressado e
outros momen-tos também. Quando chegam as mensalidades da escola, quando nos
damos conta de que há necessidade de comprar novos agasalhos, cal-çados, um
novo livro.
De todo modo, para os filhos que ouvem, o sentimento
que é passado é o de rejeição. Eles são um estorvo na vida dos pais. Um
peso. Me-lhor fora se não tivessem nascido.
Como o fato não é isolado e único, eles ouvirão mais
de uma vez essa ou aquela frase, afirmando o mesmo.
E crescerão crianças tristonhas, sentindo-se demais em
todo lugar. Terão possibilidades de se tornar adultos ensimesmados,
retraídos, com medo de se achegar às pessoas, por se considerarem não
ama-dos.
Em suas amizades, poderão enfrentar dificuldades,
acreditando-se a mais em qualquer circunstância.
A palavra tem força criadora.
Com ela podemos produzir a ventura ou a infelicidade.
Podemos construir o bom e o belo, ou a maldade.
Pensemos nisso no contato com os nossos filhos.
Reflitamos antes de nos expressarmos e não nos permitamos inconsequências em
nossas palavras.
As crianças devem ser educadas, receber disciplina.
Para tal bastam as expressões da coerência, a explicação do bom senso, a
paciência das horas.
Recordemos que até hoje as palavras do cristo nos são
repetidas dia-riamente, através das mensagens dos imortais, das páginas dos
evan-gelhos, dos exemplos dignificantes. E ainda assim, permanecemos
re-fratários, pouco ou quase nada assimilando.
E Deus, nosso Pai, que nos criou para a alta
destinação da perfeição nunca nos diz que somos um estorvo na criação, por
mais que erre-mos, por mais rebeldes que sejamos diante do seu amor.
Tudo porque a mensagem da educação é de amor e de
renúncia, que sabe esperar no tempo a melhoria do ser amado.
Você sabia?
Que a palavra conduz a estados d´alma os mais
diversos?
Pela palavra podemos iluminar caminhos em sombras,
traçar veredas de segurança, acalentar quem se aninha em corpos minúsculos à
busca de carinho e educação.
Pela palavra podemos criar estados de otimismo e
lições de amor.
Por utilizar a palavra com sabedoria, o senhor Jesus
foi denominado o verbo divino. Suas expressões comoveram a terra e ensejam
até hoje a elaboração de um sem número de obras que convidam a criatura ao
amor.
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Equipe de
Redação do Momento Espírita,
com base no livro Sol de Esperança cap. 3
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