Dentre as muitas boas histórias contadas na
revista Seleções, uma nos chamou a atenção pelos ensinamentos que contém.
Seu autor, já homem feito, refletindo sobre o poder da
oração, lembra-se de quando ainda era apenas um garotinho.
Conta ele que, certa manhã de primavera, sua mãe o
vestiu na sua fatiota domingueira e lhe recomendou para que não saísse além
dos degraus da porta da frente, pois em poucos minutos iriam visi-tar sua
tia.
O menino esperou pacientemente até que o filho do
vizinho da es-quina se aproximou e lhe disse um palavrão.
Então, ele pulou os degraus e se atracou com o outro
até caírem ambos numa poça de lama.
Sua blusa ficou enlameada e a meia com um rasgão
sangrento na altura do joelho.
Lembrou-se da advertência da mãe e começou a berrar
desespera-damente.
Sua dor, porém, acabou quando ouviu o barulho do
sorveteiro que anunciava em altos brados o seu produto.
Esqueceu a desobediência e correu a fim de pedir
dinheiro à mãe para comprar um sorvete.
Diz ele que nunca pode esquecer a resposta que recebeu
da mãe:
- Olhe para você mesmo! Você não está em condições de
pedir na-da.
Foi mergulhado nessas lembranças que o autor fez um
paralelo com a nossa posição diante de Deus, quando oramos pedindo alguma
coisa.
Antes de invocarmos o auxílio de Deus, necessitamos
voltar o olhar para nós próprios e verificar se estamos ou não em condições
de pedir algo.
Para que Ele nos ajude, é preciso que façamos a nossa
parte conforme prescreve o Evangelho: “ajuda-te que o
céu te ajudará”.
O mal da maioria dos que rogam bênçãos, é que não são
honestos para com Deus.
É comum implorarmos graças celestes, estando de
relações corta-das com familiares, amigos, vizinhos...
Quando buscamos a ajuda divina é preciso que
preparemos o cora-ção adequadamente. É inútil pedir amparo com o coração
cheio de inveja, de ciúme, de malquerença, de ódio e de outros detritos
morais.
Nesse caso, se realmente desejamos pedir algo, que
peçamos forças para vencer essas misérias da alma.
É comum rogarmos a Deus que nos dê saúde, e por outro
lado aca-barmos com ela com o vício enfermiço do cigarro, da gula, do trago
infeliz, das noitadas de orgias entre outros abusos.
Importante que meditemos um pouco mais a respeito da
nossa real vontade de receber ajuda divina, uma vez que Deus sabe das nossas
intenções mais secretas.
Antes de buscar ajuda através da prece, olhe para você
mesmo e veja se está em condições de pedir alguma coisa.
Verifique se está fazendo a parte que lhe cabe.
Se o templo do seu coração está devidamente limpo e
arejado para receber as bênçãos do Criador.
Lembre-se sempre da recomendação do Cristo: “ajuda-te
que o céu te ajudará”.
A condição é que nos ajudemos primeiro, fazendo a
nossa parte, para depois merecer a ajuda do Alto.
Importante que entendamos bem os mecanismos da oração:
pedir, saber pedir e, acima de tudo, merecer.
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Equipe do site www.momento.com.br, com base em
história da
Revista Seleções do Reader’s Digest, abril de 1951
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Redação do Momento Espírita
www.reflexao.com.br
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