A busca da liberdade sempre foi uma constante na história da raça
humana.
Ela compõe o conjunto dos elementos que habitualmente se
imagi-na
sejam necessários ao bem-estar das criaturas.
Parece de pouca serventia possuir alguns bens, da espécie que
se-jam,
sem a liberdade de desfrutá-los.
Para ser livre, muitas vezes o homem trilhou caminhos tortuosos.
A maioria das revoluções foi levada a efeito sob o pretexto de li-vrar
os povos de
tiranos que os subjugavam.
Contudo, tão logo instaurado o novo regime, os revolucionários ge-ralmente trataram de impedir com violência quaisquer
manifesta-ções contrárias
as suas
ideias.
Em nome da conquista e preservação da liberdade coletiva, muitas
atrocidades
foram cometidas.
No mundo atual, com
os valores em constante mutação, ser livre persiste
como
uma meta a ser atingida.
Mas resta saber se o que o ser humano está vivendo realmente
pos-sui
o
condão de
libertá-lo.
Com
frequência, ouve-se que determinado homem ou mulher é “li-berado”.
Mas, curiosamente, isso não tem o sentido de que a pessoa em questão livrou-se
de uma enfermidade, de um vício, ou então pa-gou uma
dívida.
Não se trata, em geral, de alguém alforriado de uma situação pe-nosa, à
custa de esforço, trabalho e talento.
O vocábulo costuma referir-se antes à perda da vergonha e do
pu-dor,
à
deserção
de compromissos assumidos.
Ser livre, nesse contexto, possui o estranho significado de
vivência
desequilibrada
da sexualidade, do cultivo de vícios que podem
des-truir a saúde
física, mental e
emocional.
Ocorre que afrontar a sociedade, sem qualquer finalidade superior, não
possui o condão de libertar ninguém.
Chafurdar em vícios e
desatinos também está longe de ser conduta libertadora.
Em um mundo massificado, é compreensível as
pessoas desejarem distinguir-se
de algum modo.
Contudo, há maneiras muito mais nobres de conseguir isso do que pela adoção de
comportamentos exóticos e chocantes, mas esté-reis.
Por exemplo, a prática das virtudes cristãs, como a caridade, a hu-mildade
e a pureza, é sempre um fator de distinção.
Por mais que seja dúbio o significado da expressão
“liberdade”, ela com
certeza não se identifica com a adoção de hábitos que condu-zem à doença
e à desarmonia.
Jesus afirmou que o conhecimento da
verdade nos libertaria.
De fato, uma compreensão mais aprofundada das leis da vida, ao despir o
homem
de suas ilusões, livra-o da mesquinhez, do egoísmo e do orgulho.
Como esses vícios são os que tornam mais penosa a convivência na
Terra,
sua ausência implicaria em imediato acréscimo de bem-es-tar para todos.
Tendo em vista que a árvore se identifica pelos seus frutos, a liber-dade
sob esse
prisma é algo muito desejável.
Assim, ao buscar sua liberação, reflita sobre o que ela significa.
Não confunda liberdade com libertinagem, nem felicidade com
de-serção
do dever.
No convívio familiar ou social, é impossível ser totalmente
livre.
Os seus direitos terminam onde começam os direitos do seu
próxi-mo.
A completa libertação possível é a das paixões, dos instintos
inferi-ores que tanto infelicitam a humanidade.
Ao traçar as metas de sua vida, busque antes libertar-se da dor e
do
desequilíbrio.
Para tal, um padrão de conduta reto e equilibrado, marcado pelo
bom-senso, sempre será o melhor roteiro.
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