A maioria dos seres humanos deseja ser rico. Dinheiro
representa pri-vilégios, prazeres, poder. É um sonho generalizado que atinge
quase todo mundo.
Quem é pobre deseja melhorar de vida. Quem já é rico
almeja ser milionário. E o milionário? Esse também quer mais! Quer ter
bilhões.
O doente acredita que o dinheiro vai lhe dar acesso a
tratamento vip.
Quem está saudável sonha com viagens, jantares em
restaurantes so-fisticados.
Anônimos querem a riqueza para se tornar celebridades.
Até os idealistas, sonhadores e santos querem
dinheiro. Uns sonham em melhorar o Mundo, outros planejam construir
hospitais e abrigos.
Todos acreditam que usarão acertadamente os recursos
para o bem geral.
Há até quem ridicularize o provérbio popular que
afirma que o di-nheiro não traz felicidade. Com um sorriso irônico, sempre
há quem desdenhe a sabedoria coletiva e contraponha:
Dinheiro pode até não trazer felicidade, mas ajuda um
bocado.
Mas há alguns aspectos da vida que não estão
acessíveis à influência do dinheiro. Aliás, o poder do dinheiro refere-se
exclusivamente a coisas compráveis.
Naquelas coisas sutis - que são de domínio exclusivo
da Divindade - o dinheiro é inútil. Ele não pode tornar mais belos os filhos
dos ricos.
Nem a maior fortuna do Mundo compra consolo para a mãe
que perde o filho. E, por mais nobre que seja, quem pode garantir que terá
amor verdadeiro?
Sábias são as palavras de Jesus:
Quem de vós poderá acrescentar um palmo à sua altura?
A natureza nos limita: quem pode viver sem ar? Ou sem
comida, ou água? Quem pode evitar a morte, a velhice ou o sofrimento, por
mais dinheiro que tenha acumulado?
São os limites impostos por Deus e que nos servem de
advertência so-bre a igualdade que reina sobre nós. Afinal, estamos
submetidos às mesmas regras de nascimento, vida e morte.
Ricos e pobres, todos nascemos dependentes, enrugados,
pequeninos. Nenhum filho de milionário nasceu com dentes ou pronunciando as
palavras.
Mesmo que o berço seja de ouro, crianças ricas também
estão sujei-tas às mesmas limitações que atingem a infância pobre.
E assim crescemos - mendigos e milionários -
contemplando o mesmo sol, tendo a mesma lua como testemunha silenciosa de
nossas vidas.
Chuva, frio, calor nos atingem igualmente, sem
aumentar ou diminuir perante a quantidade de dinheiro que carregamos.
E mesmo a morte, um dia chegará para todos. Encontrará
alguns em nobres leitos, cobertos por lençóis finíssimos.
A outros surpreenderá em casas paupérrimas, solitários
e maltrapi-lhos. Mas ela virá para todos.
O preço do caixão, a imponência do túmulo serão então
apenas dife-renças externas. No interior das sepulturas, a lei da
decomposição do corpo físico alcançará aos corpos de magnatas e pobrezinhos.
Passadas algumas décadas, se misturados os esqueletos
de ricos e po-bres, quem poderá dizer quais daqueles brancos ossos era dono
de mais dinheiro?
Após a morte do corpo, Deus nos pedirá contas somente
do amor que nutrimos, do bem que espalhamos, da ética que cultivamos e da
paz que construímos.
O dinheiro? Ah, o dinheiro ficará nos cofres do Mundo,
utilizado por outros administradores temporários.
Pense nisso!
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Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita,
v. 7, ed. Fep.
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