O pai de família chegou em casa após o dia de trabalho e encontrou a
mesa do
jantar já posta à sua espera.
Quando todos os familiares tomaram seus lugares para compartilhar
daquele momento que deveria ser de tranquilidade, o pai começou a contar
sobre um incêndio criminosos ocorrido na cidade.
Referiu-se à esperteza do malfeitor que o provocou.
Explicou, nos mínimos detalhes, todos os passos do crimi-noso para
atingir seu objetivo. Descreveu cenas emocionantes.
Contava tudo gesticulando como se estivesse fazendo a
re-constituição
da
cena. Enumerou todos os materiais que o rapaz usara para
desencadear o
incêndio.
Depois que acabou sua refeição, ausentou-se, em compa-nhia da esposa,
para
suas atividades
costumeiras no templo religi-oso.
Entretanto, não havia passado uma hora quando foi chamado às pressas
para que voltasse ao lar.
De retorno, pôde perceber, ao longe,
que sua casa
estava
em chamas.
As
labaredas consumiam com voracidade o
lar que até bem pouco
tempo
abrigava a família tranquila.
Imediatamente o pai de família começou a praguejar contra tudo e contra
todos, tentando achar o responsável pela desgraça.
Pensava, consigo mesmo, que isso só poderia ser
obra de um louco.
Em poucos minutos vários pensamentos passaram por sua mente em busca de
algo que justificasse aquele ataque misterioso.
Não tinha inimigos declarados. Não se lembrava de ter dívi-das com
ninguém.
Por fim, admitiu que o incêndio só poderia ser
fruto de um acidente.
Sim,
teria
que ser um mero acidente.
Preocupado com os filhos, buscou-os imediatamente em meio à fumaça
e
os encontrou protegidos em baixo
de uma das
árvores do quintal.
Notou, todavia, que o seu garoto de oito anos se escondia por trás
dos
demais,
temendo reprimendas.
Aproximou-se, para ficar sabendo que fora o próprio filho a atear fogo na
casa, copiando todos os pormenores da descrição do
incêndio criminoso
feita pelo pai.
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Nunca nos esqueçamos da cautela que devemos ter em nossos comentários
sobre
acontecimentos menos felizes.
Quem nutre conversação inconveniente, pode estar co-laborando
com
a
divulgação do
mal dentro do próprio lar.
Devemos considerar que o mal não merece comentários em
momento
algum, a
menos que seja para ser corrigido.
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Quando você quiser que uma notícia ou ideia
seja esque-cida, não a
comente.
Foi combatendo as doutrinas e ideias consideradas maléficas que a
humanidade as popularizou e tornou conheci-das. Assim, a melhor maneira
de se combater o mal é dar-lhe total esquecimento.
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