A harmonia plena ainda constitui um sonho distante de
qualquer organização humana.
Os homens guardam grandes diferenças entre si.
Diversos fatores induzem a distintas formas de entender e viver a vida.
A educação recebida no lar, as experiências profissionais e afeti-vas, os
professores e os amigos.
Todos esses elementos contribuem para a singularidade da perso-nalidade
humana.
A diversidade produz a riqueza.
Se todos os homens pensassem do mesmo modo, o marasmo e a mesmice tomariam
conta do mundo.
Uma assembleia ou equipe composta de forma heterogênea possui grande
potencial.
Ocorre que conviver em harmonia com o diferente pressupõe matu-ridade.
Em qualquer gênero de relacionamento humano, é necessário res-peitar o
próximo.
Mas é preciso também manter o foco em um objetivo maior.
Toda associação humana possui uma finalidade.
No âmbito profissional, busca-se o crescimento da empresa na qual se
participa.
Na esfera familiar, colima-se a educação e o preparo de seus mem-bros para a
vida, em um contexto de dignidade.
Em uma associação filantrópica, tem-se por meta a prática do bem.
A noção clara do objetivo que se persegue facilita a convivência.
O fato de alguém discordar de suas ideias não significa que esteja contra
você.
O relevante é verificar qual o modo mais eficiente de atingir a me-ta
almejada pelo grupo.
A convivência humana raramente deixa de produzir algum atrito.
Mas é preciso saber calar a discórdia.
Se o embate de ideias e posições não é ruim, a agressividade e o radicalismo
sempre o são.
Pense sobre as instituições que você integra.
Sua presença em tais ambientes visa ao interesse coletivo, ou à exaltação de
seu ego?
É melhor afastar-se delas do que, por mesquinharia, ser causa de
desestabilização e brigas.
Mas o ideal é aprender a sacrificar seu interesse pessoal em prol de uma
causa maior.
Se uma controvérsia surge, reflita com serenidade sobre os pontos de vista
envolvidos.
Caso sua posição não seja defensável, abdique dela.
Procure ser um elemento pacificador nos meios em que se movi-menta.
Há pouca coisa tão cansativa quanto um altercador contumaz.
Certas posturas são toleráveis apenas em pessoas muito jovens.
Na maturidade, a rebeldia e a vaidade sistemáticas são ridículas.
Não canse seus semelhantes, com posições inflexíveis e injustificá-veis.
Aprenda a ceder e a compatibilizar, quando isso não comprometer sua
honestidade e sua ética.
De que lhe adianta vencer um debate, se a causa que você defende sofre com
isso?
O homem sábio identifica quando deve avançar e quando deve re-cuar.
Mas sempre o faz de forma sincera e digna.
De nada adianta afetar concordância e semear a discórdia nos basti-dores.
A dissimulação e a intriga são indignas de uma pessoa honrada.
Reflita sobre isso, quando se vir envolvido em debates e conten-das.
Quando se engajar em uma causa, sirva-a com desinteresse.
Jamais se permita servir-se dela para aparecer.
Mas principalmente nunca a prejudique por radicalismo e imaturi-dade.