Durante o sermão da montanha, o mestre Jesus afirmou: “bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é
o reino dos céus.”
Ainda hoje muito se fala sobre tal ensinamento.
Eis que grande interesse desperta em todos os que tomaram conhe-cimento dos ensinos de Jesus.
No entanto, tal ensino, como tantos outros, resta ainda incompre-endido pelos homens.
O que, afinal, o mestre pretendia proclamar?
Jesus proclama que Deus quer espíritos ricos de amor e pobres de orgulho.
Os espíritos ricos são aqueles que acumulam os tesouros que não se confundem com as riquezas da terra.
Seus bens não são jamais corroídos pelas traças, tampouco podem ser subtraídos pelos ladrões.
Os “pobres de espírito” são os que não têm orgulho.
São os humildes, que não se envaidecem pelo que sabem, e que nunca exibem o que têm.
A modéstia é o seu distintivo, porque os verdadeiros sábios são aqueles que têm ideia do quanto não sabem.
Por isso a humildade é considerada requisito indispensável para al-cançar-se “o reino dos céus”.
Sem a humildade nenhuma virtude se mantém.
A humildade é o propulsor de todas as grandes ações em todas as esferas de atuação do homem.
Os humildes são simples no falar.
São sinceros e francos no agir.
Não fazem ostentação de saber, nem de santidade.
A humildade, tolerante em sua singeleza, compadece-se dos que pretendem afrontá-la com o seu orgulho.
Cala-se diante de palavras loucas.
Suporta a injustiça.
Vibra com a verdade.
A humildade respeita o homem não pelos seus haveres, mas por suas reais virtudes.
A pobreza de paixões e de vícios é a que deve amparar o viajor que busca sinceramente a perfeição.
Foi esta a pobreza que Jesus proclamou: a pobreza de sentimentos baixos, representada pelo desapego às glórias efêmeras, ao egoís-mo e
ao orgulho.
Há muitos pobres de bens terrenos que se julgam dignos “do reino dos céus”, mas que, no entanto, têm a alma
endurecida e orgulho-sa.
Repudiam a Jesus e se fecham nos redutos de uma fé que obscure-ce seus entendimentos e os afasta da verdade.
Não é a ignorância nem tampouco a miséria que garantem aos se-res a felicidade prometida por Jesus.
O que nos encaminha para tal destino são os atos nobres, embasa-dos na caridade e no amor incondicional.
Precisamos, também, adquirir conhecimentos que nos permitam alargar o plano da vida, em busca de horizontes mais vastos.
Pobres de espírito são os simples e nobres.
Não os orgulhosos e velhacos.
Pobres de espírito são os bons que sabem amar a Deus e ao próxi-mo, tanto quanto amam a si próprios.
São aqueles que observam e vivem as leis de Deus.
Estudam com humildade.
Reconhecem o quanto ainda não sabem.
Imploram a Deus o amparo indispensável às suas almas.
Era a respeito desses homens que o Mestre Nazareno, em Suas bem-aventuranças, estava se referindo.
Muitos são os que confundem humildade com servilismo.
Ser humilde não significa aceitar desmandos e compactuar com
equívocos.
Ser humilde é reconhecer as próprias limitações, buscando
vencê-las, sem alarde, nem fantasias.
É buscar, incansavelmente, a verdade e o progresso pessoal,
nas trilhas dos exemplos nobres e dignos.
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Equipe do site www.momento.com.br, com base no
capítulo
denominado “Pobres de Espírito e Espíritos
Pobres”, do livro
Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel
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Redação do Momento Espírita
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