A Torre de Babel é mencionada no livro bíblico do
Gênesis como uma torre enorme construída pelos descendentes de Noé, com a
finalidade de tocar os céus.
Deus teria supostamente se irado com a ousadia humana,
e assim fez com que todos os trabalhadores da obra começassem a falar em
idio-mas diferentes, de modo a que não se pudessem entender.
Sendo assim, quando um lhe pedia um tijolo outro lhe
dava barro; e assim por diante, até que o desentendimento geral fez com que
todos se separassem.
Segundo o mito, esta história explicaria a origem dos
idiomas da Hu-manidade.
Todo mito contém informações muito interessantes, que
por vezes nos ajudam a compreender a realidade de uma época, e por outras
chegam a nos servir de reflexão atual, como neste caso.
A suposta teoria de origem dos idiomas pode nos
parecer absurda, mas podemos deixá-la de lado e prestar mais atenção à ideia
do de-sentendimento, da confusão entre as pessoas.
Poderíamos dizer então que continuamos a não nos entender em
mui-tas questões.
Nossas crenças religiosas, por exemplo, podem por
vezes afirmar as mesmas coisas, de forma e com palavras diferentes apenas, e
mesmo assim não conseguimos nos entender.
Temos todos um mesmo Criador, mas pelo fato de O
chamarmos de formas diversas, não nos vemos como irmãos.
Lemos, por vezes, as mesmas lições, as mesmas
passagens, mas não conseguimos ir além de nossa própria interpretação.
Ficamos amarrados nas pequenas diferenças que nos
separam, sem perceber as grandes afinidades que nos unem a todos no Globo.
Falta-nos, em essência, humildade e fraternidade.
Humildade que nos faz perceber que não somos donos de
uma verda-de imutável, absoluta.
Humildade que nos faz ouvir a opinião do outro, e que
a considera, que reflete sobre ela, antes de se posicionar decididamente
contra.
Humildade que se esforça para melhorar a comunicação
com os ou-tros, em nome da harmonia, da paz.
O respeito é filho dileto da humildade.
Dar a cada um o direito de pensar como quiser, de ser
como lhe aprouver, é ato de respeito.
A humildade nos faz combater ideias, sem precisar que
entremos em embate pessoal em função dos pensamentos antagônicos.
A fraternidade, pela essência da palavra, nos proclama
a agir como irmãos.
Agir como irmãos pressupõe amizade, consideração,
carinho.
Ser fraterno significa tolerar em nome do afeto.
Significa estar dis-posto a ajudar e predisposto ao bem, sempre.
A humildade e a fraternidade serão responsáveis pela
conquista do entendimento nesta Babel dos dias de hoje.
Cada um pode fazer a sua parte. Cada ação, a favor da
fraternidade, da união, é importante e necessária.
Se trabalharmos por não fazer de nosso lar, de nosso
ambiente de trabalho, uma torre de desentendimentos, estaremos no rumo
certo.
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O Codificador do Espiritismo fez aos
Espíritos a seguinte pergunta:
Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que
obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum providencial
objetivo de ordem mais geral?
Ao que eles lhe responderam:
“O homem tem que progredir.
Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades.
Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece
e estiola.”
Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a
união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o
bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os
homens foram feitos para viver em sociedade e não isolados...
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Texto da Redação do Momento Espírita,
com base no item 768, de O livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. Feb.
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