Você se considera um bom membro da comunidade em que
vive?
Talvez, sem um exame mais detido, muitos de nós
respondêssemos que sim, que desempenhamos bem o papel que nos cabe.
Todavia, os fatos denunciam que grande parte dos
cidadãos não cola-bora de forma satisfatória na sociedade da qual faz parte.
Se todos tivéssemos espírito comunitário jamais seria
necessário, por exemplo, fazer apelos para que se economize água, energia
elétrica ou outro bem qualquer.
Todos usaríamos os bens comuns com moderação e bom
senso, pois se é verdade que no bairro ou na cidade em que vivemos não
faltam esses recursos, em muitos lugares do país eles são escassos.
Dia desses, assistindo ao telejornal, percebemos uma
cena que nos comoveu.
Eram as comunidades do Nordeste do país se organizando
e se unindo para vencer a fome que por lá impera, devido à seca prolongada.
A solidariedade era a palavra de ordem. Os moradores
das várias co-munidades se uniram para, juntos, fazer o que isoladamente
ninguém conseguiria realizar.
Numa casinha singela a dona da casa exibia a mesa
farta, onde, tempos antes, a fome grassava, impiedosa.
Com carinho servia a filharada, mas as lágrimas no
rosto denunciavam a compaixão pelas outras mães, em cujo lar ainda coabitam
a fome e a miséria.
Aquela senhora, magra, simples e de grandeza moral
indiscutível, pensava nos outros...
Lamentava que outros filhos de Deus estivessem
passando pelo que ela mesma havia passado e isso lhe causava pesar.
Talvez aqueles que não experimentaram infortúnios como
esses não consigam avaliar suas dimensões. Quem jamais passou fome, talvez
não saiba aquilatar o que isso significa, pois o máximo que sentimos é o
apetite exacerbado, que logo satisfazemos. Mas, fome, não.
Diante dessa realidade, não entendemos como pode haver
pessoas que preferem queimar seus estoques de alimentos a vendê-los a preços
baixos, o que, segundo eles, prejudicaria o mercado.
E, enquanto isso, criancinhas morrem de fome ou
disputam o alimen-to com os animais.
Observando esses quadros tristes por que passam nossos
semelhantes, nossa consciência nos adverte que não temos o direito de
desperdiçar nada, sob pena de sofrermos privações mais tarde.
Mesmo que tenhamos a impressão de que nada temos a ver
com tudo isso, não poderemos esquecer a recomendação do Cristo: Fazer aos
outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem.
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Desprezar a fraternidade de uns para com
os outros, mantendo a flama do conhecimento superior, será o mesmo que
encarcerar a lâm-pada acesa numa torre admirável, relegando à sombra os que
pa-decem, desesperados, ou que se imobilizam, inermes, em derredor.
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