É comum, em nossos dias, ouvirmos reclamações por
parte de pes-soas que se sentiram desrespeitadas em seus direitos.
É o médico que marca uma hora com o paciente e o deixa
esperan-do por longo tempo, sem dar satisfação.
É o advogado que assume uma causa e depois não lhe dá
o encami-nhamento necessário, deixando o cliente em situação difícil.
É o contador que se compromete perante a empresa em
providen-ciar todos os documentos exigidos por lei e, passados alguns meses,
a empresa é autuada por irregularidades que este diz desconhecer.
É o engenheiro que toma a responsabilidade de uma
obra, que mais tarde começa a ruir, sem que este assuma a parte que lhe diz
res-peito.
É o político que promete mundos e fundos e, depois de
eleito, ig-nora a palavra empenhada juntos aos seus eleitores.
Esses e outros tantos casos acontecem com frequência
nos dias atuais.
É natural que as pessoas envolvidas em tais situações,
exponham a sua indignação junto à sociedade, e reclamem os seus direitos
pe-rante a justiça.
Todavia, vale a pena refletirmos um pouco sobre a
origem dessa falta de honradez por parte de alguns cidadãos.
Temos de convir que todos eles passaram pela infância
e, em tese, podemos dizer que não receberam as primeiras lições de honra
co-mo deveriam.
Quando os filhos são pequenos, não damos a devida
atenção às suas más inclinações ou, o que é pior, as incentivamos com o
pró-prio exemplo.
Se nosso filho desrespeita os horários estabelecidos,
não costuma-mos cobrar dele uma mudança de comportamento.
Se prometem alguma coisa e não cumprem, não lhes
falamos sobre a importância da palavra de honra.
Assim, a palavra empenhada não é cumprida, e nós não
fazemos nada para que seja.
Ademais, há pais que são os próprios exemplos de
desonra. Prome-tem e não cumprem. Dizem que vão fazer e não fazem. Falam,
mas a sua palavra não tem o peso que deveria.
É importante que pensemos a respeito das causas antes
de recla-mar dos efeitos.
É imprescindível que passemos aos filhos lições de
honradez.
Ensinar aos meninos que as irmãs dos outros devem ser
respeitadas tanto quando suas próprias irmãs.
Que a palavra sempre deve ser honrada por aquele que a
empenha.
Ensinar o respeito aos semelhantes, não os fazendo
esperar horas e horas para só depois atender como que estivéssemos fazendo
um grande favor.
Enfim, ensinar-lhes a fazer aos outros o que gostariam
que os ou-tros lhes fizessem, conforme orientou Jesus.
Não há efeito sem causa. Todo efeito negativo, tem uma
causa igualmente negativa.
Por essa razão, antes de reclamar dos efeitos, devemos
pensar se não estamos contribuindo com as causas, direta ou indiretamente.