A Educação

Recebida em 19/05/2007


Um dia desses lemos em um adesivo colado no vidro traseiro de um veículo a seguinte advertência: "minha educação depende da tua!"

Ficamos a imaginar qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma.

Ora, se nossa educação dependesse dos outros, certamente seria tão instável quanto a quantidade de pessoas com as quais nos relaci-onamos.

Ademais, se assim fosse, não formaríamos jamais o nosso caráter. Seríamos apenas o resultado do comportamento de terceiros. Refle-tiríamos como se fôssemos um espelho.

A educação é a arte de formar caráteres, e por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos. Assim sendo, como fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros como uma reação apenas?

O verdadeiro caráter é forjado na luta, na luta por dominar as más tendências, por não revidar uma ofensa, por retribuir o mal com o bem.

Um amigo tinha o costume de dizer: "bateu, levou!" Um dia pergun-tamos se ele admirava os mal-educados que tanto criticava. Imedia-tamente ele se posicionou em contrário.

- É claro que eu não aprovo pessoas mal-educadas. Então questiona-mos outra vez:

- Se não os admira, porque você os imita?

Ele ficou um tanto confuso, pensou um pouco e respondeu:

- É, de fato deveríamos imitar somente o que achamos bonito.

Dessa forma, a nossa educação não deve jamais depender da educa-ção dos outros, menos ainda da falta de educação dos outros.

Todos os ensinamentos do Cristo, a quem a maioria de nós diz se-guir, recomendam apresentar a outra face. Imaginemos se Jesus ti-vesse ensinado: "se alguém te bater numa face, esmurra-lhe a ou-tra", ou então "faz aos outros tudo aquilo que não desejas que te fa-çam". Nós certamente não O aceitaríamos como modelo a ser segui-do.

Assim sendo, lutemos por nos educar segundo os preceitos do Mestre de Nazaré, que diante dos momentos mais dolorosos de Sua vida manteve a calma e tolerou com grandeza todas as agressões sofri-das.

Não nos espelhemos nos que não são modelos nem de si mesmos. Construamos o nosso caráter com os exemplos nobres.

Quando tivermos que prestar contas às leis que regem a vida, não encontraremos desculpas para a nossa falta de educação, nem pode-remos jogar a culpa nos outros, já que Deus nunca deixou a Terra sem bons exemplos de educação e dignidade.

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Não adotemos os costumes comuns que nada tem de normais. O nor-mal é cada um buscar a melhoria íntima com os recursos internos e externos que Deus oferece.

As rosas, mesmo com as raízes mergulhadas no estrume, se abrem para oferecer ao mundo o seu inconfundível perfume.

O sândalo, por ser uma árvore nobre, deixa suave fragrância impreg-nada no machado que lhe dilacera as fibras.

Assim, nós também podemos dar exemplos dignos de serem imita-dos.

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Equipe do site www.momento.com.br, com base em texto de autoria ignorada e no cap. 54 do livro Depois da morte,
de autoria de Léon Denis, ed. FEB.

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