Encontros e Desencontros da Terceira Idade - Parte 1
 
Recebi em 20/04/2006

Temos um excelente comentário sobre a famosa "Terceira Idade", que alguém nos fez, ou seja,
"Idosar, todos idosamos, mas o envelhecimento está na cuca de cada um..."
Osculos e amplexos,
Marcial


ENCONTROS E DESENCONTROS DA TERCEIRA IDADE –
 Parte 2

Marcial Salaverry

Terceira Idade, Melhor Idade, Fim da Picada, são alguns dos nomes dedica-dos às pessoas de larga vivência.

A melhor definição depende do estado de espírito de cada qual.

Podem ser idosos, por terem a idade física, ou podem ser velhos na verda-deira acepção do termo, isso depende apenas de como está seu interior.

Sempre existem comentários sobre o assunto em questão, pois é algo que sempre dependerá da maneira de se encarar a vida.

Muitas pessoas recusam-se a admitir que podem ter problemas inerentes à idade.

Isso não é sinal de "desenvelhecimento", como pode parecer, mas sim de uma teimosia injustificável, de alguém que se recusa a enxergar o óbvio, ou seja, que a idade traz problemas sim, e que eles devem ser cuidados e observados, para que o envelhecimento físico não passe para o espírito.

Existe uma diferença entre envelhecer, ou ser velho.

Podemos  fazer com que o por do sol de nossa vida seja um lindo espetáculo crepuscular, ou então deixar que escureça cedo, terminando com a lumi-nosidade que podemos e devemos ter em nossa fase crepuscular da vida.

É preciso transformar os conceitos geriátricos, deixando que a ternura tome conta de nosso espírito, transformando as frias letras e numeros que indicam o que se pode ou não fazer, numa gostosa poesia, sobre o que gostamos ou não de fazer...

Basta que se aprenda a gostar do que o físico nos permite, para que a alma não envelheça junto com o corpo.

Se o físico não aceita os impactos de uma aeróbica, ou de uma partida de tênis, tamboréu, volei ou basquete, aceitará o suave impacto da natação ou hidroginástica.

Se não podemos correr, uma caminhada é bem recebida pelo organismo.

Ao invés de lamentar o que se deixa de fazer, curtir o que se pode.

Não adianta chorar sobre o leite derramado.

O que foi, foi, o que será, talvez seja, o importante é o que É.

Aqui e agora...

A idade pode trazer paz, luz, alegria, bons amigos.

Basta que saibamos curtir o que de bom a vida nos oferece.

Temos mais tempo para curtir os bons momentos, já que não precisamos nos preocupar tanto com o futuro, e podemos viver melhor o presente, seja cui-dando de um jardim, ou simplesmente caminhando sem pressa, podendo curtir cada momento de um gostoso passeio por um jardim ou uma praia.

Prestando atenção a tudo que podemos ver.

Sem temer a tristeza, nem a solidão ou mesmo o sofrimento, pois já apren-demos que são contingências da vida, e já vivemos de tudo um pouco.

As decepções vividas, levá-las  à sepultura, ao invés de as ficar lamentando, e enquanto houver vida, procurar sempre manter a qualidade adquirida ao longo do tempo.

Se não tivermos um  amor a nosso lado, podemos manter a ternura de nossa alma, deixando-a aberta para algo que aconteça, nunca esquecendo de apreciar o caminho percorrido, já que sempre haverá algo lindo para ser observado, pois a vida é uma fonte de alegria, oferecendo-nos  a água ben-fazeja da vida.

Sem qualquer sombra de dúvida, nossa caminhada rumo ao inevitável ponto final, pode ser triste, ou amena.  Depende de como a encararmos.

Tanto podemos nos entregar à velhice, como podemos passar garbosamente pela idosidade.

Apenas precisamos saber nos adequar ao envelhecimento, perdão, ao idosa-mento, para conseguirmos desfrutar adequadamente o fato de ainda estarmos vivos.

E é muito bom estar vivo.

Devemos agradecer ao Amigão a cada novo dia que vemos nascer.

Podemos caminhar sem pressa curtindo cada momento, ou ficarmos parados esperando que o tempo cumpra sua marcha.

A vida deve ser vivida.

Existe muita coisa ainda a ser feita, por mais idade que tenhamos, desde que a vontade não morra em nosso espírito.

E a única maneira de a mantermos viva, é permanecendo vivos, jamais nos entregando ao envelhecimento, porque este vai nos fixar num mausoléu.

Precisamos sempre manter acesa em nossa alma a chama da vida, tendo em nossos olhos essa luz interior que vai nos permitir melhor enxergar o mundo a nossa volta.

Se a idade nos trouxer problemas, é importante procurar as devidas solu-ções, tratando de enfermidades que porventura surgirem, jamais nos deixan-do abater.

Se por algum problema mais sério a luz começar a ficar bruxoleante, preci-samos reagir, e atiçar o fogo novamente, pois se o deixarmos extinguir... será o fim de tudo.

Acontece que a vida sempre vale a pena ser vivida, seja em seu  começo, no meio, ou no quase fim.

Fim  este que sempre poderá ser empurrado com a barriga...


Depende de nosso livre arbítrio, de nossa vontade de viver.

Ou mesmo da força que tenhamos na barriga...

E DA VONTADE QUE TENHAMOS DE DOAR A ENERGIA QUE TEMOS EM NOSSO INTERIOR, E QUE SÓ SE EXTINGUIRÁ NO FIM DE TUDO...

E com essa vontade firme no coração, desejo a todos, UM LINDO DIA.

Formatado por Thereza Cristina



Fundo Musical: More