ENCONTROS E DESENCONTROS DA
TERCEIRA IDADE –
Parte
2
Marcial Salaverry
Terceira Idade, Melhor
Idade, Fim da Picada, são alguns dos nomes dedica-dos às pessoas de larga
vivência.
A melhor definição depende do estado de espírito de cada qual.
Podem ser idosos, por terem a idade física, ou podem ser velhos na verda-deira
acepção do termo, isso depende apenas de como está seu
interior.
Sempre existem comentários sobre
o assunto em questão, pois é algo que sempre dependerá da maneira de se
encarar a vida.
Muitas pessoas recusam-se a
admitir que podem ter problemas inerentes à idade.
Isso não é sinal de "desenvelhecimento",
como pode parecer, mas sim de uma teimosia injustificável, de alguém que
se recusa a enxergar o óbvio, ou seja, que a idade traz problemas sim, e
que eles devem ser cuidados e observados, para que o envelhecimento
físico não passe para o espírito.
Existe uma diferença entre
envelhecer, ou ser velho.
Podemos fazer com que o por do sol de
nossa vida seja um lindo espetáculo crepuscular, ou então deixar que
escureça cedo, terminando com a lumi-nosidade que podemos e devemos ter em
nossa fase crepuscular da vida.
É preciso transformar os
conceitos geriátricos, deixando que a ternura tome conta de nosso
espírito, transformando as frias letras e numeros que indicam o que se
pode ou não fazer, numa gostosa poesia, sobre o que gostamos ou não de
fazer...
Basta que se aprenda a gostar do
que o físico nos permite, para que a alma não envelheça junto com o
corpo.
Se o físico não aceita os
impactos de uma aeróbica, ou de uma partida de tênis, tamboréu, volei ou
basquete, aceitará o suave impacto da natação ou hidroginástica.
Se não podemos correr, uma
caminhada é bem recebida pelo organismo.
Ao invés de lamentar o que se
deixa de fazer, curtir o que se pode.
Não adianta chorar sobre o leite
derramado.
O que foi, foi, o que será,
talvez seja, o importante é o que É.
Aqui e agora...
A idade pode trazer paz, luz,
alegria, bons amigos.
Basta que saibamos curtir o que de bom a vida nos
oferece.
Temos mais tempo para curtir os bons momentos, já que não
precisamos nos preocupar tanto com o futuro, e podemos viver melhor o
presente, seja cui-dando de um jardim, ou simplesmente caminhando sem
pressa, podendo curtir cada momento de um gostoso passeio por um jardim
ou uma praia.
Prestando atenção a tudo que
podemos ver.
Sem temer a tristeza, nem a solidão ou
mesmo o sofrimento, pois já apren-demos que são contingências da vida, e já
vivemos de tudo um pouco.
As decepções
vividas, levá-las à sepultura, ao invés de as ficar lamentando, e
enquanto houver vida, procurar sempre manter a qualidade adquirida ao
longo do tempo.
Se não tivermos
um amor a nosso lado, podemos manter a ternura de nossa alma,
deixando-a aberta para algo que aconteça, nunca esquecendo de apreciar o
caminho percorrido, já que sempre haverá algo lindo para ser observado,
pois a vida é uma fonte de alegria,
oferecendo-nos a água ben-fazeja da
vida.
Sem qualquer sombra de
dúvida, nossa caminhada rumo ao inevitável ponto final, pode ser
triste, ou amena. Depende de
como a encararmos.
Tanto podemos nos entregar à velhice, como podemos
passar garbosamente pela idosidade.
Apenas precisamos saber nos adequar ao envelhecimento, perdão, ao
idosa-mento, para conseguirmos desfrutar adequadamente o fato de ainda
estarmos vivos.
E é muito bom estar
vivo.
Devemos agradecer ao Amigão a
cada novo dia que vemos nascer.
Podemos caminhar sem
pressa curtindo cada momento, ou ficarmos parados esperando que o tempo
cumpra sua marcha.
A vida deve ser vivida.
Existe muita coisa ainda a ser feita, por mais idade que tenhamos, desde
que a vontade não morra em nosso espírito.
E a única maneira de a mantermos
viva, é permanecendo vivos, jamais nos entregando ao envelhecimento,
porque este vai nos fixar num mausoléu.
Precisamos sempre manter
acesa em nossa alma a chama da vida, tendo em nossos olhos essa luz
interior que vai nos permitir melhor enxergar o mundo a nossa
volta.
Se a idade nos trouxer
problemas, é importante procurar as devidas solu-ções, tratando de
enfermidades que porventura surgirem, jamais nos deixan-do abater.
Se por algum problema mais sério a
luz começar a ficar bruxoleante, preci-samos reagir, e atiçar o fogo
novamente, pois se o deixarmos extinguir... será o fim de
tudo.
Acontece que a vida
sempre vale a pena ser vivida, seja em seu começo, no meio, ou no quase
fim.
Fim este que sempre poderá ser
empurrado com a barriga...
Depende de nosso livre
arbítrio, de nossa vontade de viver.
Ou mesmo da força que
tenhamos na barriga...
E DA VONTADE
QUE TENHAMOS DE DOAR A ENERGIA QUE TEMOS EM NOSSO INTERIOR, E QUE SÓ SE
EXTINGUIRÁ NO FIM DE TUDO...
E com essa vontade
firme no coração, desejo a todos, UM LINDO DIA.
Formatado por Thereza
Cristina
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