ENCONTROS
E DESENCONTROS NA TERCEIRA IDADE
Marcial Salaverry
Muito se fala
sobre problemas que ocorrem quando vai-se chegando à chamada "terceira
idade".
E um dos problemas mais abordados e mais discutidos é o que envolve a
sexualidade.
Este assunto já
é tabu, principalmente porque a geração que atualmente está entrando nessa
faixa etária, foi uma geração em cuja juventude o assunto "sexo" era algo
considerado proibido.
Como
vencer, então, antigos preconceitos?
Como vencer também os problemas que são causados pela passagem
na-tural do tempo?
Como
superar esses traumas, causados principalmente pela má orienta-ção
inicial?
Li um artigo
muito interessante sobre a “sexualidade na terceira idade”.
Como salienta
o artigo, realmente só há duas condições que impedem aos “entistas” uma
vida sexual normal e regular: problemas de saúde, ou problemas de
“cuca”.
Existem muitos
preconceitos envolvendo esses fatores.
Muitos homens, quando percebem que
começam a ter problemas de or-dem sexual, parece que se fecham em uma
ostra, e muitas vezes, ao invés de enfrentar a "fera" pela frente, indo
procurar a origem do pro-blema, começam a se afastar das companheiras sob
diversos pretextos.
Isso pode ter
consequencias tristes, provocando algumas rupturas que poderiam ser
evitadas se houvesse um diálogo franco e
aberto.
É necessário que
se vá buscar a origem do problema.
Fazer-se um exame médico completo.
Muitas vezes são pequenas
disfunções que um tratamento
resolve.
Muitas vezes
também se descobre que a origem do problema está dentro da cuca, o que
também tem solução.
Muitas vezes são
as mulheres, que ao atingir a menopausa, com os con-tratempos que essa
passagem acarreta, começam a fugir do convívio sexual com os
companheiros...
São contratempos
que podem ser resolvidos com uma reposição hormo-nal.
Com um tratamento
adequado, e o que falta por vezes, é a decisão de procurar um
médico, é ficar só pensando que o assunto se resolve por si, pensando que,
como veio, vai...
E não é bem assim, convenhamos.
Cada organismo reage de
uma maneira, e nem sempre o que é bom para uma, o será para outra.
Há que
se tomar os devidos cuidados.
Tanto para um
caso quanto para o outro, ou às vezes para ambos, o que
falta geralmente é o apoio do companheiro (a).
É a falta de um
diálogo franco e honesto sobre o que realmente se passa.
Quantos desentendimentos seriam
evitados, quanto problemas poderiam ser sanados com um entendimento
amigável.
Vamos pensar
melhor?
Nunca é tarde demais
para um "acerto de contas".
Outro ponto
importante abordado que também tem ação discriminatória contra a terceira
idade, e que também tem ação negativa, é o fato da mí-dia esquecer essa
faixa etária em propagandas de motel, de lingerie, etc.
Será por puro preconceito?
Será
por achar que nessa faixa etária as pessoas já morreram e só es-queceram de
deitar?
Outro ponto
abordado é que, em grande maioria, os idosos se recusam a participar dos
“grupos de 3ª idade”, pois acham que lá irão se sentir discriminados.
Principalmente
os homens.
Sim, pode-se
facilmente ver isso nas reuniões desses grupos, que a gran-de maioria é de
mulheres.
O mesmo ocorre nas
excursões de grupos de 3ª idade, das quais, aliás, participo muito.
A frequência masculina é mínima.
O curioso é que
muitas das excursionistas são casadas, e seus maridos preferem deixar que
elas viajem sozinhas... inventam diversos pretextos, como tomar conta do
gatinho, por exemplo...
Precisaria haver
um maior estímulo da mídia nessa sentido, visando lembrar aos idosos que a
vida só acaba com a morte.
Enquanto estamos vivos, temos que
viver...
E com esse
objetivo, nada melhor do que tendo UM LINDO DIA, não é
mesmo?
Marcial
Salaverry
Formatado por Thereza Cristina
Fundo Musical: Ballade Pour Adeline - Paul de Seneville
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