Inicialmente quero esclarecer que
não se trata de estar achando o afeto
muito caro...
Carência afetiva, quer dizer sentir falta de afeto, de
carinho, de consideração, de amizade.
Infelizmente é um dos grandes males dos tempos modernos.
Parece
que as pessoas estão se esquecendo do quanto é bom sentir-se amadas...
sentir que outras pessoas tem algum carinho, algum afeto por si. E isso
é muito
importante para toda e qualquer pes-soa.
Sentir que é importante para alguém. Sentir que
alguém quer e de-seja sua companhia. Saber corresponder a esse afeto quando ele existe.
Dizem que a solidão é a causa da carência afetiva. Pode até ser...
mas
existem pessoas que conseguem conviver muito bem com a so-lidão,
desde
que
tenha amizades com quem possa dividir a solidão.
O grande problema é o individualismo que
se observa. Pessoas que apenas procuram ver seu lado, sem se interessar pelo que acontece à sua
volta, fecham-se como numa ostra. Essas pessoas provo-cam e sentem
essa carência, pois, fechando-se numa redoma, não permitem que outros se aproximem,
nem
se aproximam de outros.
Precisamos sentir o que se passa em nossa volta,
é necessário nos interessarmos por problemas alheios, é necessário dividirmos nos-sos
problemas. Precisamos voltar a um tipo de vida comunitária, como existia antigamente.
Certo que atualmente é impraticável fazer aquelas rodas de con-versa
nas
portas das casas, como antigamente. Seremos assaltados.
Não existem mais aquelas reuniões de família como
antes. Paren-tes
mal se conhecem.
Assim fica complicado viver em sociedade.
A televisão começou a afastar as pessoas. A princípio,
ainda se reu-niam para assistir aos programas. Porém atualmente, cada mem-bro da família
tem
um aparelho em seu quarto. Mais afastamento.
Quase não conversa mais. Sente-se solidão em meio
a uma multi-dão.
Já experimentaram a filosofia do elevador? Ou do Metrô? Cada qual
fechado
dentro de si.
Se alguém se atreve a falar com alguém, periga receber uma res-posta grosseira, pois fatalmente será mal interpretado.
Carência afetiva é um mal das grandes cidades, pois as atuais con-dições de
vida nas metrópoles provoca tal afastamento do
conví-vio. Nas cidades pequenas, isso praticamente não existe. Sem-pre existirá alguém para
conversar, para trocar ideias, para sentir que está vivo, e que existe
vida em
seu
redor.
Um dos canais para minimizar este problema, está sendo a Inter-net,
pois
através
de conversas emaillatórias, formam-se boas
ami-zades. Consegue-se encontrar um alguém para nos ouvir, para nos falar. Soltamos
nossas cobras, e recebemos as alheias. Amigos exis-tem para isso. Para ouvir e ser ouvido.
Evidentemente uma conversa via e-mail é muito interessante, por-que elimina
o problema do distanciamento. Apenas deve haver um tanto de sinceridade. Estaremos lidando com sentimentos de outras pessoas, e não se deve falsear
com elas. “Ouvi-las” quando
elas precisarem falar.
Se algo pudermos fazer para ajudar, deve-mos fazer. Se nada pudermos fazer,
só o fato de tê-las “ouvido”
desabafar já será importante. O que não se deve fazer, é
pouco
caso... é comentar com outras pessoas o que se
passou.
Temos que respeitar sentimentos alheios, se quisermos que os nos-sos
sejam respeitados. Vamos, então, “espalhar
amizade”.
Sermos
amigos, para
termos
amigos.
Como primeiro passo para eliminar essa tal de carência afetiva,
que tal
nos darmos as mãos e nos desejarmos mutuamente,