Não estou falando de fantasmas que eventualmente tenham um relacionamento, digamos fantasmagórico, mas sim de pessoas que se amam
mesmo
sem se verem. Pessoas vivas portanto. Não pretendo entrar no terreno da paranormalidade, pelo menos agora.
Este tipo de
amor assim etéreo, sempre aconteceu. Antigamente, eram cartas de amor, romances, poemas, que despertavam castas paixões à
distância. Depois a coisa evoluiu para o telefone. Quan-tos romances
de amor começaram apenas com o ouvir da voz de al-guém. Não se sabia
porque, mas
aquela voz mexia com o interior, despertando sensações estranhas.
Como com os
amores surgidos por cartas, ou por poemas jogados pela janela, também os romances telefônicos nem sempre tinham seguimento após
o conhecimento físico, que muitas vezes era frus-trante.
Não havia
muito tempo para que as almas se conhecessem, porque geralmente eram romances a curta distancia, o que
possibilitava um conhecimento físico rápido. Após algumas conversas, marcava-se um
encontro, que
poderia ou não “render”. Mas não havia muito entendimento “anímico”. Era a
voz, aquele timbre especial e de-pois o encontro que nem sempre dava o
retorno ideal.
Contudo, eis
que surge a Internet, possibilitando um contato ime-diato
e “quase” barato a longa distancia.
E essa
distancia que existe, é que possibilita um conhecimen-to mais profundo entre as almas, já que o conhecimento físico é bem mais
complicado. Por vezes exige grandes viagens.
Existe a
facilidade de fotos e webcam, mas isso se por um lado possibilita que os parceiros conheçam, mais ou menos, o aspecto físico, não
existe o
contato físico, que poderá determinar se as almas acertaram a escolha.
E esse amor entre as almas, geralmente acontece sem que possa-mos
prevê-lo. Não o estamos procurando, e sequer “pedindo” algum
encontro, e
acaba acontecendo quando menos esperamos.
Começamos,
por vezes acidentalmente uma troca de emails, e ter-minamos por descobrir afinidades inesperadas.
Para que esse
amor entre almas frutifique, é preciso que exista uma
doação de sentimentos, que haja sinceridade nas conversas, que
as almas se
abram e se exponham. Que se conheçam realmen-te, enfim.
Não importa a
distancia entre os corpos, se houver esse entendi-mento anímico. Pode ser considerado algo como um resgate entre os apaixonados.
Um resgate de
suas almas. Um resgate de um amor não vivido em sua
plenitude em outras vidas.
Por vezes,
não deve haver o encontro físico, que poderia por fim ao
sentimento surgido entre as almas.
Por vezes,
contudo, encontra-se a autentica “alma gêmea”,
que poderá compartilhar o futuro, físico e alma.
Quando surge
esse amor, o desejo, o sexo, podem ser relegados a plano secundário, pois o que conta, é a afinidade surgida entre am-bos,
é o simples sentir da presença do ser amado dentro do cora-ção. Essas
almas acabam “precisando” uma da outra, se interpen-dem para serem felizes.
E esse amor
quando surge assim, forte, intenso, nem o tempo con-segue apagar, e muito menos a distancia.
Afinal, é um
amor que vem de longe. Não foi vivido em plenitude, mas
as almas souberam se encontrar para completar esse amor.
E para ser
vivido numa sucessão de LINDOS DIAS.