Pode parecer um enorme contrassenso, falar-se na presença de
quem
está ausente, pois, se alguém não está a nosso lado, nunca
poderá estar presen-te, mas sim, ausente. Parece mesmo muito ilógico dizer-se uma
coisa dessas.
Tudo é questão de interpretação. Maneiras de
se encarar a vida. É fácil sentir "a presença do ausente". Basta que o tenhamos no
pensamento, no
coração. Alguém de quem gostamos, e que
não temos ao nosso lado, por exemplo... É uma presença que, embora
ausente chega a ser sentida, tão forte é o sentimento que nos une a esse determinado alguém. Essa
relação de amor pode ser entre namorados, amantes, amigos, pais e filhos, irmãos.
Enfim,
basta que haja muita afinidade entre os ditos ausentes.
A propósito, um jovem chamado Leonardo da Vinci, disse: "Para se estar jun-to, não é preciso estar perto. E sim, estar
dentro. Dentro do coração!"
Sábias palavras essas... Quantas vezes podemos combater
a saudade que normal-mente sentimos dos entes queridos que estão longe,
sentindo-os dentro
do coração.
Claro que sempre que fica aquele gostinho de "quero mais", desejando
que a pessoa esteja ao lado, que possamos tocá-la, olhar nos olhos, ver
ao vivo e a cores como está passando, sentir seu cheiro.
Mas se essa proximidade
física não é possível, a proximidade anímica o é. Convenhamos que
a proximidade distante chega a ter suas vantagens, pois elimina o
perigo de certas diver-gências que surgem quando estamos juntos. Tudo depende de como se enca-ra a vida.
Contudo, se essa presença física fica difícil por diversas razões,
a saudade pode ser amenizada pela "presença interior" dessa pessoa.
A mesma coisa pode ser dita dos "conhecimentos virtuais".
Começa-se como quem não quer nada. Trocam-se e-mails, conversa-se
ame-nidades, de repente vão descobrindo que existem muitas afinidades,
manei-ras idênticas de ver a vida.
Isso não quer dizer que haja um romance entre esses amigos. Quer dizer, sim, que existe uma grande amizade entre ambos.
Esse sentimento de amizade que surge, é um dos casos mais
evidentes
da "presença do ausente". Não é necessário o conhecimento
físico, para que
ele se desenvolva.
Para que exista essa afinidade, basta que as ideias se cruzem. Basta
que te-nhamos presente que nem tudo é como queremos.
Mesmo que surja o amor. Como a amizade foi assim vivenciada, o amor
tam-bém poderá sê-lo. Tudo é questão de se usar a imaginação.
E é muito ro-mântico esse amor à distância... Pelo menos evitam-se as brigas que aconte-cem entre os namorados.
O ideal seria ter a nosso lado todas as pessoas de quem gostamos.
Mas
isso é praticamente impossível.
Antigamente era bem mais fácil fazer-se essas enormes reuniões de família, de amigos. Falava-se muito nas famosas reuniões de "antigos
alunos". E
con-seguiam juntar pessoas que não se viam há décadas.
Hoje isso não existe mais. São cada vez mais raras
as clãs familiares.
Reuni-ões de amigos então... geralmente acabam em confusão. A
vida mudou
bas-tante os hábitos.
Agora então com as facilidades encontradas nas comunicações...
Fica
muito mais fácil fazer-se um Cco para se falar com os amigos, do que
reuni-los
para um papo informal.
Como nós por exemplo... acabamos nos tornando bons
amigos, e somos pre-senças ausentes... e então, juntos ainda que distantes, vamos nos
dar
as mãos, mentalizarmos um caloroso abraço e um beijo
na testa, desejando-nos
UM LINDO DIA.
Marcial Salaverry
Santos - SP
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