Recebi em 19/02/2006 |
Rasgo de Dor de um Poeta!
Zena Maciel
Que a lâmina da espada
corte o ser!
Mate este poeta que
teima em escrever
Trovas sujas
de ódio, de dor e de amor
Amor profano na
trigonometria inútil da vida!
Não me chamem de poeta!
Sou um ignorante das letras
Procuro as palavras nas sargetas
da matemática da dor
Sujo os líricos poemas
com obscenos teoremas
Escrevo versos sem nexos
com a realidade do dia
Por simples rebeldia
Derramo o fel da hipocrisia
sobre o branco impuro do papel!
Faço do céu o inferno
do meu próprio céu!
Amasso versos soturnos
manchados com as cores do absurdo
e os jogos ao léu!
Rejeito guirlandas e lauréus
dos insignes troféus!
24/01/02004
02:00
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Respeito devido aos poetas
Valeriano Luiz da Silva
Há os poetas judeus
Mostrando a força dos hebreus
Há poeta cristão
Há poeta pagão
Houve o poeta moçárabe
Há lindos poemas árabes
E os africanos então!
De milenar tradição...
Há os que não seguem religião
Mas tem alma e coração
Há os poetas orientais
Com seus provérbios fenomenais
Há poeta nobre
Há poeta pobre
Há poeta culto
Há poeta inculto
Há poeta que fala de amor
Há poeta que fala de dor
Há os que descrevem guerra
Há os que pedem paz na terra
Há poeta atualizado
Mas também poeta quadrado
Há poeta corajoso
Há poeta medroso
Há o que escreve no apartamento
Mas tem quem prefere ao relento
Alguns gostam de escrever de dia
Mas a noite pra outros é só alegria
Há poeta que não estudou
Mas escreve como doutor
Sua caneta é a enxada
Mas a letra está no coração guardada
Há poesia que traz luz
Há poesia que ajuda levar a cruz
O que é certo para uns
Não o é para alguns
Como meu pensamento não é o seu
Nem o seu é o meu
Eu devo respeitar o poema seu
E você respeitar o meu
O que é bom para mim poderá não ser para você
Pois é diferente o dom de quem está a escrever
Então deixemos só pro leitor nos criticar...
Mas um poeta deve ao outro respeitar
Valeriano Luiz da Silva
Anápolis Go,
valerianols@globo.com
www.albumdepoeta.com
Fundo Musical: Alone Again Naturaly