Dueto: O Mar


 
Recebi em 17/01/2006
 

Tsunami..... - Maria da Fonseca (Portugal)

Ó imenso mar, ó traidor,
Que poder o Pai te deu?!
Cantei-te com tanto amor,
Mas tudo em redor cedeu!

A terra toda alagaste,
Causando a desolação.
Demónio, tudo arrastaste,
Sem dó e sem compaixão.

Contra a própria Natureza
Tu investiste, maldito!
Já esqueci a beleza
Com que te tenho descrito.

Os poetas se extasiam,
Perante a tua lonjura.
Nossas gentes pressagiam
E choram a sua agrura.

Mas desta vez foi pior,
Ajudaste ao fim do mundo.
Diz-me qual a dor maior,
Sofrimento mais profundo,

Do que ver os seus morrer,
Sem lhes poder acudir?
Tudo a desaparecer,
E o mar a tudo engolir.

Não te quero rever mais.
Eras todo o meu enlevo.
Não me encantarás jamais.
Sobre ti não mais escrevo.

Maria da Fonseca
 
Lisboa - Portugal - 26.12.2004

O Mar - Valeriano Luiz da Silva

Oh! Mar do começo da criação!...
Pois quando Deus fez o mundo
Foi lhe dada uma observação...
Que você não fizesse no planeta total inundação

Oh Mar! Tu és bravio e temível...
Em tuas águas já ocorreram acidentes horríveis...
Ai de quem te enfrentar quando estiveres revoltado
Pelo homem você jamais será domado

Mas tu oh Mar! tem uma diferença dos humanos
A ordem divina continua respeitando...
E o marco antigo tu estás observando
Enquanto o frágil homem vive desrespeitando

Oh Mar! Mesmo com os horríveis maremotos
Que traz dúvidas até para os cristãos devotos
Que perguntam por que o mar está revolto?
Mas só Deus sabe, pois dele é o poder absoluto,

Feliz o país que tem litoral
Onde a política marítima é fundamental
Cuja ordem política, econômica e militar,
Dependem sempre do mar...

Oh! Mar, que seria do homem com seus intentos...
Se não houvesse você com seus talentos
Talvez não ocorresse descobrimento...
Do novo mundo e também dos grandes inventos...

Você serviu ao homem nas colonizações
Foste usado pelas grandes invasões
Pra consolidação de independência
Você ajudou as nações que pediam clemência...

O homem abusou de ti em duas guerras mundiais
Navios te percorreram transportando munições dos arsenais
Oh! Mar será que o homem ainda te usará para estas guerras infernais?
Acho que não mar, a maioria dos homens aguarda paz,

Oh! Mar cheio de tantas riquezas
De ti se extrai tanto petróleo dado pela natureza
De você o homem se serve do pescado, das algas e de sais...
E muitas outras matérias primas e minerais

Mar! Se não fosse você nossos poetas não tinha ido pra Portugal
Buscar cultura e retornando à terra natal
O que seria do mundo sem a ajuda do mar
Pelos seus grandes feitos o Brasil fez uma canção pra te honrar...
Respeitando as leis nem toda canção vou colocar
Mas fica apenas uma estrofe para te homenagear...

"Qual cisne branco que em noite de lua
Vai deslizando num lago azul
O meu navio também flutua
Nos verdes mares de norte a sul" (...)
(Canção do Marinheiro)

Valeriano Luiz da Silva
Anápolis - GO - 11/08/2004


 
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