Dueto: Nosso cafezinho


 
Recebi em 14/09/2005
 

Aboiar a vida - Margaret Pelicano

Ao acurar os ouvidos,
Para ouvir o canto do sabiá
Deparei-me com lembranças
Daqui e de acolá!

Estou em terra sem dono,
criada para nos salvar,
Decisões sérias aqui na terra
O povo está a aguardar.

Moro em Brasília,
Mas Minas Gerais é minha terra Natal
Vim para cá, lavrar a vida real
Estudei, lutei, acho que venci
Aqui os meus filhos pari.

Sempre esperei grande mudança
Nessa terra de pujança,
que é o Brasil Central.
Aguardei ansiosa
que essa vida mentirosa
mudasse o seu astral.

Pensei que chefes de governos
Fariam a Reforma agrária,
Sem violência nos campos
Sem MST ou classe empresária
Tudo com justiça, assentamento e dignidade.

Qual não foi minha surpresa,
A enxada, a foice e o martelo
Só serviram para duelo
Entre o campo e a cidade

Depois que vim para cá,
nunca me esqueci de lá
Do aboiar o boi no pasto
Do camponês separando a terra
Para a semente esperançosa brotar
O carro de boi rangendo as rodas
O boiadeiro a cavalgar
juntando a tropa de bois
e os levando a pastar.

Era fartura, muito arroz e feijão
O cão dormindo ao lado do fogão.
No quintal as galinhas a ciscar,
lá longe as vacas mugindo,
os bezerrinhos saindo,
para perto dos touros ficar

Os porcos comendo abóboras,
E felizes a engordar
Eita que a vida era gostosa
Sentido o cheiro do pão com torresmo
No forno a assar

Tinha sempre um dedo de prosa
Uma viola encantada
para os ouvidos descansar
as crianças eram felizes
sabiam que tinham raízes
e na terra queriam ficar.

Como fica o homem, hoje,
Perdido na globalização
Um planeta abandonado
Faminto, famigerado,
cheio de corrupção.
Homem sem esperança
Um tédio, escravidão!

Cortou os vínculos com a terra
Só toma leite de caixinha,
nem sabe que isso encerra,
pouca saúde e muita tecnologia.

Como fica essa situação:
O peão sem profissão,
o agricultor de enxada na mão
aguardando o seu pedaço de terra
para alimentar sua prole
Creio que a resposta é breve!
A terra, bem cedo o engole!

Margaret Pelicano
Brasília - DF - Março de 2004

Nosso cafezinho - Valeriano Luiz da Silva

Em qualquer lugar do mundo o cafezinho brasileiro
É conhecido pela cor e seu famoso cheiro
Até hoje no estrangeiro
O café do Brasil é o primeiro

Não se sabe ao certo de onde a planta originou
Dizem ser dos africanos ou dos Árabes esta delícia de bom sabor
O que importa é que aqui a primeira muda chegou
O melhor ainda é que a espécie Coffea aqui se adaptou

No Sul do Brasil o café determinou
O aparecimento de Metrópole que prosperou
Como: Londrina, Araponga e Maringá,
Hoje grandes cidades do Estado do Paraná

O café já teve muita prosperidade
Já compararam com especiarias esta beldade
Mas o café brasileiro no mundo inteiro
Faz até inveja ao estrangeiro

O café é mais gostoso se coado por brasileiro
Oh que delicia! é tomar junto com o queijo mineiro
Ou com bolo de fubá
Que o goiano sabe assar

"Quedê o sertão daqui? Lavrador derrubou.
Quedê o lavrador? Está plantando.
Quedê o café? Moça bebeu.
Mas a moça onde está? Está em Paris".
MARTIM CERERÊ - Cassiano Ricardo

Valeriano Luiz da Silva

Anápolis - GO - 27/09/2004



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