Ótica - Rivkah Cohen

Olham de longe
as montanhas...
Buscam saber do horizonte
que vê o encontro do céu e da terra
se lhe é difícil
como para elas
esse vazio tão grande
deixado pelo ontem
que foi sumindo,
lentamente se despedindo
ficando só um vestígio amarelo...
O horizonte,
dono dos braços mais longos
afirma às donzelas
que para ele nada some
e que assim é a ótica
de quem só vê de longe.
Acompanha,
mas não abrange
e a mente
não viaja, não sonha
e numa reação ilógica,
se coloca tristonha!

Rivkah Cohen
Brasília - DF
www.rivkah.com.br


Ótica - Eme Paiva

Não há mistério para ser triste,
não veem as montanhas,
que o sol percorre o céu e à tarde,
cansado, é um louro menino.
Deita-se e dorme
no colo do horizonte, que apaga a luz
e, meigamente, o leva
para amanhecer noutro lugar.

Esse o lenitivo aos que podem ver de longe:
Saber que o sol está dormindo e sonha
o alvorecer num horizonte,
sempre um pouco mais para lá!...
Até que novamente desponte
na porta certa e,
hilariante como menino sadio,
ponha-se no céu a brincar..

Eme Paiva



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