A lua já não me aguenta mais, meu coração então, como fuga sufoca-me, parece ter espinhos ferindo o meu peito... Sou tão sensível e tímida me calo diante de uma suposta rejeição... Tenho medo de revelar-te meu amor e perder a ilusão, meus sonhos, minha defesa e meu escudo... E diz meu coração em prantos, Vai! não me importo de chorar mais... Sozinha, perturbo a lua com meus lamentos e caminho devagar em completo devaneio despedaçando meu coração cheio de anseios... Em meu peito a agonia já não cabe e esse medo de falar e matar a ilusão me faz frágil e me escondo em mim... Talvez, uma só palavra quem sabe, e ele, piedoso me ouvisse... Cinco letrinhas apenas... Te amo! Dilema... Naidaterra Amei-te muito... nem o sabes quanto! Nem saberás, enquanto viva fores, quantos martírios, quão acerbas dores queimei nas áscuas de incontido pranto! Ah... vem comigo a algum sutil recanto, vedado a olhares comprometedores, e ali esqueçamos nossos dissabores, trocando-os da ternura pelo encanto! Supõe-te agora ali... a confidência que viveu muda em nossa consciência solta-se, enfim, e à nossa boca aflora! Sintamos, por desforra aos nossos nadas, nós dois lá dentro rindo às gargalhadas, das nossas mágoas a gemer lá fora! Humberto Rodrigues Neto
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