Silêncio Minha amada está dormindo Ela só acorda Pelo acorde do meu violão Amanhece em samba lento O pandeiro devagarinho O surdo, se fazendo de surdo O tamborim na batida da pirraça Acho até graça, como uma cachaça Ela se levanta na preguiça Me pega, me atiça E lá vai ela Pela rua abaixo Há vida lá em baixo, diz o baixo De olho naquele violão que anda E desanda, aos olhos dos passantes Findo o dia da labuta Aquela mulher batuta, escuta Na birosca vesga do tempo Aquele acorde, que a sacode em samba lento, sempre atento Para fazer-lhe alento, na caída do sereno Toco um samba na batida só para vê-la metida,caída num compasso, Vestido suado de samba A transparência é apreciada,que danada Não tem nada, mas branquinha está amarrada E daqui a pouco será amada lá na nossa toca, casa de bamba E com certeza tudo acabará em ritmo de samba De leve, é claro como a cor dela, singela Marcos Milhazes
Nadir A.
D'Onofrio
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