METAMORFOSE
Sou um enigma ambulante: Uma alma saudável
Num corpo claudicante.
Tenho as rédeas da mente, Mas o passo descompassado... A uma nova conduta me ascende.
No peito, um cor apaixonado, Nas mãos, um afago caliente, No sorriso, a dor se faz presente.
“Non ducor, duco.” Na parede, o dístico reluzente; Na poesia, não prescindo da patente.
“Vanitas vanitatis”... Marca que o tempo apagou em mim, Deixando resquícios, como este do Latim.
A Vida, apesar de enigmática, É transparente, sem enganos.
Contra ela não cabe o pleito de perdas e danos.
Alceu Sebastião Costa
Fevereiro/2008
TRANSMUDAÇÃO
Sou um corpo que resiste à queda diante d´alma que volta e meia tropeça
e pelos descaminhos, descendo ribanceira, envereda.
Encontro sempre a taça que embebeda sorvendo versos crentes e profanos a brindar ganhos e tentar esquecer os desenganos.
Impossível não enxergar a realidade que, comoin vino veritas,o tempo escancara, verdade que a transmudação
da vida antepara,
para fazer-me compreender que o corpo claudica em suas infinitas dores, sempre que a alma não oferece
a devida atenção aos seus clamores!
Gui Oliva Santos/SP 09/02/2008
Fundo Musical: Good Morning My Love - Ernesto Cortazar
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