Transporto em mim, oh dona dos meus dias Toda a volúpia que ao amor concerne
Já não são mais quimeras, utopias Nem vontade outra que esta mão governe.
Trago rosas no peito que à vida pertence Que a morte não a quero sem provar
Deste amor que me habita e que me vence Depois de haver cruzado o largo mar.
Que forças serão estas, que bravuras, Que inusitadamente me sustentam
De novo bem querenças e branduras?
Sinto que em mim renascem e fermentam Novos alvores de fé nessas alturas
Que virtude confere aos que se tentam.
Eugénio de Sá
As rosas que pretendem renascer Desse peito ferido em agonia
Serão rosas sem espinhos de doer Um novo cultivo, nova enxertia
Rasgou-se a terra em ressurreição De lágrimas e mágoas se inundou
E em sofrimento se regenerou Pra gerar novas flores em novo chão
Dum solo saturado de agruras Cansado do germínio em solidão
Foram-se os vermes de lidas escuras
Germes d'amor já laboram e intentam Adoçar-te as raízes-coração...
- Que delas são as forças que sustentam!
Carmo Vasconcelos
Lisboa/Portugal - Abril/2009
Fundo Musical: As rosas não
falam - Cartola
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