Anoiteceu, E preciso sonhar... No silêncio que oculta o meu vulto... E em você a luz se irradia, Quando o pensamento busca o sonho... Por mais que o silêncio tente ocultar o teu vulto, tua alma escapa, risonha, em busca do meu sonho... É preciso viver! Anoiteceu... Em sua janela .. E em uma pequenina fresta, ainda velo seu sono, Num suave perfume de rosas, Fantasio seu sono, Acaricio seus pensamentos... Deixo pra trás seus medos, suas angústias... Enquanto viveres em mim, a noite nunca me alcançará. Na fantasia dos meus sonhos, rosas são os teus lábios. Meus medos e angustias cavalgam apenas nas noites das nossas ausências... Anoiteceu... E como uma suave brisa, Sinto sua respiração... Durmo o seu cansaço, Sussurro canções perdidas em dialeto insano, A minha respiração, apenas reflete a suavidade do teu peito. Fica tranquila, Amor, o meu cansaço só existe no teu corpo, onde, inebriados, a razão perdemos em dialeto profano. Anoiteceu... Ainda sinto sua pele como um presente, Acalentando minh'alma, que oculta, desperta ao seu redor... A minha pele, na magia do amor, é a tua própria pele. Nossos corpos se fundem no desejo único da paixão. Não escondas tua alma. Sem ela, a luz da manhã não virá... Anoiteceu, E é preciso sonhar... Para que eu não me perca por aí, à sua procura.... E desperte esse amanhecer enevoado e cinzento... Me deixa sonhar... Enquanto houver essa pequenina fresta em sua janela, entreaberta... Amanheceu... Chega de sonhar... É necessário viver... Não precisas me procurar, eu só tenho vida dentro de ti. O amanhecer será belo, colorido, desde que tua alma pela fresta dos meus lábios entre... E o vigor da vida virá, terno, amoroso, na lenta abertura dos teus olhos... Domingos Alicata Rio de Janeiro - RJ - 26/11/2005 Cezira T. Morcelli Vaz (It@lianinha) São Paulo - SP
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