Pela encosta do morro desce, em sublime cadência, o bater ritmado de um surdo... Em improvisada reverência, o dia se ajoelha e a noite, com fulgentes estrelas se fantasia. Corpos desnudos e sensuais, na suavidade dos requebros, encantam o asfalto. Pelo contagiante batuque, tímido, deixo-me levar pelo natural desejo de festejar a vida ... Braços erguidos, sorriso moleque, conduzo meu já limitado sambar pela rua. No abraçar de um corpo, sinto a presença do prazer! Delicados lábios tocam os meus, em sincero convite ao amor. Permanecemos abraçados, imóveis, enquanto a vida segue a sambar... O bater do surdo se afasta, a noite retira a sua fantasia... ... despido dos sonhos, aguardo o passar de nova ilusão... Domingos Alicata Rio de Janeiro - RJ - 22/01/2008
|