Imponderável
mistério!
Qual canto de sereia fascina...
Qual foice de algoz aterroriza...
E entre fascínio e horror, meu ser divaga...
Fuga? Entrega? Terrível dilema!
Fantasmas do passado, abandonai-me!
Tempo, trazei-me o esquecimento!
Sabedoria, Lucidez, por que os calais?
Por que o dois e não o uno?
Não poderia ser imperfeito o par e o uno perfeito?
Seria o findar da Vida ...
Vida ou Morte?
Não haveria Vida sem a sua negação, a Morte...
Lado a lado caminham.
Fuga ou entrega?
Não haveria fuga se não existisse a entrega...
Isto me lembra o famoso dilema:
"Ser ou não ser?"
E eis que a questão se perpetua.
E eis que a Loucura quer se fazer presente:
Se não existe um sem o outro,
Como ser não sendo?
Como viver morrendo?
Como fugir se rendendo?
Alguém chama ...
Cinco sentidos
atentos ... Ou serão seis?:
- O que pode a
Razão perante o imponderável mistério?
A isto é que se chama perder o tempo!!!
Ana Maria Del
Castillo
25/06/2004
Este mistério, Amor, se fascina, não aterroriza...
Fascínio e horror são contingências da vida,
assim como fuga e entrega... Dilema, quem não
os tem?
Sinto que sou o fantasma do teu passado, um
passado talvez irreal. Não rogues ao Tempo,
portanto, o Esquecimento, com ele, Lucidez
e Sabedoria também se apagam...
Não notaste, mas tu eras o Perfeito e eu, o Imperfeito.
Tu eras a Vida, e eu, a Morte. Como vês, éramos dois
e nos tornamos Uno e, quando a Vida e a Morte se
unem, se transformam em Eterno...
E assim, Amor, não haverá mais fuga, nem entrega,
nem dilema haverá... A Loucura, ao Amor se renderá
e então, loucamente nos amaremos.
O sexto sentido, minha Vida? Sou Eu. Que docemente
tenta te dizer que o Mistério éramos nós mesmos,
disfarçados nos Tempos vividos na Loucura da Razão...
E o Tempo, Amor, nunca se perde. Simplesmente se
fantasia para brincar de enganar a Vida...
Domingos Alicata
Rio de Janeiro - RJ -
10/10/2005
Fundo
Musical: Oaxaca - Ernesto Cortázar
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