Minhas lágrimas descem a face triste
Pois a prisão que em ti existe
Faz verter a água no azul do olhar
A incompreensão com um dedo em riste
Decretou a falência de um alegre poetar
Sobrou uma angústia enclausurada
E em meu rosto um imenso mar
Tropeço em conchas, salgo a saliva
Meu lamento é discreto, fico a esperar
Que um mar revolto devolva tua liberdade
Para que voltes outra vez com letras brincar...
Denise
Severgnini
Novo Hamburgo - RS - Brasil
Camuflada,
asfixiada,
Nas entranhas da terra mãe,
Decidi me rebelar e à tona aflorar.
Fui surgindo gota a gota...
Clara cristalina.
Tomo a forma de fonte,
Assim... tua sede vou saciar.
Querendo ainda agradar, virei lago!
De sentimentos represada.
Não quero viver assim... rompo as barreiras...
Jorro... sou cachoeira...
Novamente tentam, minha fúria represar,
Terei que abastecer aldeias, cidades...
Transformaram-me em simples riacho.
Sigo meu curso... cansada,
Quase sem vida...
Deságuo num grande rio,
Sinto-me mais protegida!
Busco uma força maior,
Vou rolando sobre pedras,
Até no mar desaguar...
Agora, sou vagalhão, onda, sal, espuma!
Transmutação mais que perfeita...
Para teu corpo acariciar!
Nadir A.
D'Onofrio
Santos - SP
www.nadirdonofrio.com
Fundo Musical:
Oceano - Djavan
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