Arlete
Denise
Tal furacão de escuridão, incontrolado e insano,
Tal brisa leve da manhã, vaporosa
Que tudo arrasta em louca e demente cavalgada,
Que a tudo transforma em calmaria
Atordoante e ruinosa na terra agora escalavrada,
Refrescante, agora, no jardim rosa
Assim fui eu na minha navegação a todo o pano...
Assim fui eu na minha viagem de magia
Velas de quimera, desfraldadas ao mar, sol e vento,
Palavra - Vendo vinha e com prazer sorria
Para longe tal marinheiro quinhentista, o mar arrostei,
Naquela manhã suave, onde a poesia formosa
Tão longa a viagem, tanta coragem, e perigos enfrentei,
Tecia teias de prazer, sonho e imens'alegria
Mas tempestades me fizeram naufragar no mar cinzento.
Conjugando o verso da ilusão temporosa
Turbilhões de água salgada, fundos abismos oceânicos...
Turbilhões de amor, gotas de leveza pura ...
Monstros marinhos povoam pesadelos na madrugada...
Fadas coloridas povoavam sonos na madrugada
Tento não sobraçar nos medonhos turbilhões titânicos..
Tentei segura a onda doce de ternura...
Tento não esquecer que um dia fui de alguém a amada...
Deixei-a ir, rapidamente, à pessoa mui amada
Caudais de lágrimas caem de meus olhos outrora risonhos,
Lágrimas de felicidade caíram dos meus olhos
E agora só pesadelos de abandono povoam meu sonhos...
A brisa fresca transportou-me ao amor
Como não sobraçar de vez nas longas torrentes de espuma,
Os versos livres que compus em sonhos
Como não abandonar as ilusões dementes, uma a uma....
Foram presentes do tempo, mestre e senhor
Arlete Piedade
Lisboa - Portugal
Denise Severgnini
Novo Hamburgo - RS
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