SINAIS
Alcança-me uma voz sumida e rouca,
Eco semi-difuso de cavernas,
Qual choro d’águas presas em cisternas,
Ou dores que engasgadas guarda a boca.
Por que me chega ainda, em sussurrantes
Gemidos que atravessam meus canais,
Por linhas invisíveis, abissais,
Teimosas em lembrar velhos amantes?
Amantes que se foram... Não são mais,
Mas deixaram ligados os sinais
De um cósmico e profundo entendimento.
E basta um sutil eco de lamento,
Para que eu me aperceba em notas tais,
De um velado, mas íntimo tormento!
***
Lisboa/Portugal
Agosto/06/2010
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Amantes
Zéferro
Amantes, nós sabemos, não se esquecem
Ficam parte de nós por toda vida
Escondidas na parte mais sentida
Não nos deixam, apenas adormecem
Os momentos vividos são história
Que completam a nossa existência
Do sofrer que nos dão a consistência
Ou ventura que fica na memória
É feliz quem conserva seu amante
Que carrega o passado ao presente
Faz florir o amor qu’inda se sente
E faz ser a ventura exuberante
Adoro minha amante toda vida
Não te troco por nada, oh querida!
Zéferro, 11-nov-10