Pena inerte na mão dormência de papel Calmarias da alma ideias sem tropel Vagamente um vazio sem imaginação Cansaço de ralhar com a apática razão Desespero de criar expor credos e medos Manifesto de amar ou um mar de segredos Finalmente um ruído que sacode o torpor É o sonho a fluir é um riso sem rir Anima-se o talento e sai a criação E acontece a poesia! Eugénio de Sá Portugal Chega e vai-se num repente tal qual, estrela cadente quase sempre sem se esperar. Surpreso, corro para anotar. Nada tenho onde escrever. Esforço-me pra não esquecer. Sob bátegas, vem em profusão. Inunda de amor meu coração. Donde vieste minha querida, alimento deste meu poetar? Peço a Deus que por toda vida, jamais me venhas a faltar. Estás entre estrelas e no mar. No brilho do sol ou sob o luar. Naquele sorriso de uma criança, no recordar de uma lembrança. Nas lágrimas de um sofrido pranto ou nas de um tristonho desencanto. Dengosa, só nos chega quando quer. Qual uma linda e sedutora mulher! Ary Franco (O Poeta descalço)
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