Foi um quase chegar… Eugénio de Sá Ana Kilesse Era c'o um “se” que sempre me afastavas Sempre um “talvez” travou a nossa vida Eu, mal chegava, já estava de partida Tu, hesitante em dizer que me amavas. Amava calada, por medo ao que sentia Num lugar oposto sempre nos colocou a vida Chegadas e partidas fez nossa dor sentida Transmutando o destino em constante ironia. Tangemos ao de leve a felicidade Nunca a soubemos ver como possível Pois sem um forte crer não será crível Que d'incertezas nasça uma verdade. Verdades não sobrevivem a incertezas Vivendo equilibrada em doces tangentes O imaginado fogo, volveu só cinzas quentes Transformou o amar numa mágoa pungente. E assim, ao rés do amor fomos andando; - Era estar preso ao cais mas sem amarras - Tu, parecendo anuir, sempre adiavas Eu, sempre mil entraves vislumbrando. Caminhamos assim, vergados à tristeza Cabisbaixos, com receios no olhar Tu, ali ficaste, sem direito a sonhar Eu, quieta na prisão das minhas tibiezas! Pra ti, foi só um bem…que suportavas Pra mim, quiçá prazer…que fui levando - Foi um quase chegar, nunca alcançando - Pra nós foi um voar privados d’asas! Pra mim , foi um querer...votado à espera Pra ti, quem sabe... esperando uma verdade - Foi um chegar, parado na virtualidade - Asas nos pensamentos, feitos de... quimera! Fundo Musical: My heart will go on - Ernesto Cortázar |