Vou
relatar aqui um triste fato que nos foi contado na década de setenta
por meu professor de direito penal, segundo ele este crime bárbaro
ocorreu e foi muito divulgado principalmente em revistas jurídicas
da época.
Antes de relatar o ocorrido, quero tecer um comentário sobre o ciúme,
que
tem feito tantos danos no seio familiar e na sociedade em geral.
As emoções humanas não surgem
por acaso.
O amor promove a união
dos casais e, em muitos casos, a geração de
filhos.
O medo ensina a resistir aos ataques.
Mas e o ciúme?
À primeira
vista, este sentimento parece totalmente negativo.
Além de causar a infidelidade tanto do ciumento
quanto de seu parceiro, costuma destruir os relacionamentos e, em casos extre-mos, tem
desfechos violentos ou mesmo trágicos.
O ciúme doentio,
intenso, obsessivo
e descontrolado é sintoma de
dificuldades emocionais.
O ciúme pode ser considerado uma enfermidade psicológica,
que sufoca a vítima objeto do ciúme,
que se torna cada vez mais
res-sentida com a falta de confiança do seu
par.
Pensamentos
distorcidos alimentam essa emoção, prevalecendo à fantasia em
detrimento da
realidade, originando
a depressão.
O ciúme brota viçoso nos casamentos ou
concubinatos realizados
sob o domínio exclusivo da beleza física, onde o homem e a mulher foram
arrastados ao
laço não pela admiração das qualidades mo-rais, mas pela
fascinação das formas encantadoras e voluptuosas.
Nos temperamentos
equilibrados e
sadios o ciúme raramente atin-ge a obsessão da ideia fixa,
atormentadora e
tenaz.
O homem de
inteligência lúcida reflete nos motivos da descon-fiança,
examina, compara, recordam-se dos
antecedentes e si estes motivos são frívolos fúteis, insignificantes,
não resistem a analise são rejeitados pela argumentação fria, desaparecem da
memória com recordações
importunas
de um
sonho mal.
Então vamos ao que nos contou o velho professor de direito.
Ele
nos
disse
que numa determinada cidade brasileira que não me lembro o nome,
havia um
casal, cuja esposa era simples e muito educada, prestativa,
cuidava
do esposo
com muito amor, isto sem mudar a atitude de uma
fiel companheira.
Aconteceu que o esposo deixou ser tomado por esta infeliz
doença do
ciúme, e isto amadureceu e chegou num ponto crítico e in-controlável.
O homem endoidou, passou a ter alucinações e sua
mente ficou cheia
de
fantasias que não tinha nada de realidade, colocou na cabeça
que a pobre
esposa, não o amava e que ela o traia.
Então ele
inventou uma viagem e disse que não sabia quando iria retornar e
sem a esposa perceber levou consigo uma maldita ar-ma de fogo,
e
em
frente de
sua casa havia uma mata bem fe-chada.
A esposa com tanto amor
e
carinho arrumou a mala e ele partiu e desapareceu.
Horas depois ele voltou
e se escondeu na
mata, de modo que via tudo que se
passava em casa.
Será destino?
Justamente
enquanto o homem de lá da mata vigiava sua casa e sua
esposa, chegou à sua porta um senhor com uma mala, bem arrumado e a
esposa do ciumento quando viu este homem chegan-do,
atirou-se
em seu pescoço, deu-lhe um forte abraço, e um saudável ósculo
sem malícia
em seu rosto.
O infeliz marido, não pensou duas vezes,
estravam ratificado os
seus
maus
pensamento, correu em direção de sua casa e desfechou vários
tiros no
moço,
que ainda descansava de uma longa e sofrida viagem.
O moço infelizmente morreu na hora e a esposa do infeliz ciumento
em
pranto disse: você acabou de matar meu irmão que eu mais amava
e há
tantos
anos eu não o via...
Quanto sofreu para vir visitar-me!...
Valeriano Luiz da Silva
Anápolis - GO - 31/07/2004
Fundo Musical:
Anytime, Anywhere - Sarah Brightman
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