As horas que antecedem o parto!!!...
Incógnito!!!
Insegurança!!!
Ansiedade!!!
Medo!!!
Dores!!!...
A sala vazia,
branca...
Está só...
Tudo lhe parece vazio...
estranho...
Seu mundo cercado de
paredes brancas e porta...
Pessoas circulando...
As dores... ah! as
dores, intercaladas por pensamentos...
As contrações que se acelerem e
se tornam cada vez mais angus-tiantes...
O medo que toma conta de sua
alma...
Algo a faz acreditar que a morte
a ronda...
De vez por outra, chega alguém de
branco que lhe diz algo mas não se interessa em compreender...
está absorta em seus próprios pen-samentos e sentimentos...
Deseja na verdade se
livrar do sofrimento...
Mas tudo se agiganta a cada
instante que passa...
Já não pode suportar...
Grita!!!
Correm!!!
Tudo
ao ser redor se movimenta...
Percebe que é chegado o
momento... e mais sua mente deva-neia em pensamentos mórbidos...
"Respire
fundo"!!! alguém lhe diz...
Em seu torpor
aceita e obedece a tudo que lhe é transmitido...
"Força"
alguém grita... e repetem...
Para se livrar
do sofrimento obedece...
Algo acontece...
Tem a impressão que seu
corpo se rasga...
Um som fraco e doce a tira deste
transe, agora tudo percebe, tudo vê.
Já as dores não mais
a incomodam...
Não está mais só, ao seu
redor os médicos... a sala ainda branca porém não tão vazia...
Escuta entre o tilintar dos
instrumentos cirúrgicos um doce e su-ave choro.
Extasiada entende...
É o seu bebê quem chora...
É capaz até de entender o que
o bebê sente, como o bebê a re-conhece entre tantos que ali se
encontram...
Logo a preparam e recebe uma
visita...
É um homem a quem a criança
chamará de Pai...
Ele aflito
pergunta... "Sofreu
muito?"
e muito
simplesmente ela responde
"Não"...
"Como?
Não?
Gritou
muito, me desesperei, o que sentiu?"
pergunta ele
novamente...
Ela ternamente
responde...
"FELICIDADE"!!!
Renate Emanuele
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