Destino... Acaso... Estava escrito

Recebi em 31/03/2006


Por que o destino aproxima as pessoas virtualmente, mesmo sabendo que será apenas uma ilusão passageira? Começa pelo acaso, vem os e-mails, as comparações se identificam, têm os mesmos gostos, são românticos e carentes.

Com isso aumenta a afinidade e passamos a ver o mundo de uma ma-neira diferente. Pensamos: Estou feliz agora, mas até quando? Por que a palavra feliz, se não existe o conhecer pessoal, se não existe olhos nos olhos, se não conhece a voz do outro, a não ser as mensa-gens que vão e vem tornando cada dia o apego mais forte entre as pessoas.

Antes desta tecnologia, era difícil acontecer o virtual tão rápido. Às vezes demorava anos para que houvesse empatia entre duas pessoas. Hoje, o acaso, ou palavras bonitas, é como uma flecha disparada no coração, deixando uma cicatriz do amor

Geralmente acontece, aliás, é o que mais acontece. Porém há um im-pedimento, ou de ambas as parte ou de um somente. Alguns têm compromissos familiares e, ficam na corda bamba, não sabem se en-frentam a aventura de amor ou se afasta do outro.

É compreensível pensar, que cada um tem sua vida, sua personalida-de, sua maneira de ser perante a família. Mas frente a uma  tela virt-ual sentem que encontrou o amor de sua vida e que será feliz com ele.

É possível acreditar que seja amor, que finalmente a família já não tem importância. Ambos deixam seus lares e se unem esperando viver o amor tão sonhado. Não houve preparação, não houve tempo sufici-ente para compreensão e aceitação do outro. Passaram a viver nas nuvens sem se preocupar com o que ficou para trás, os lares destruí-dos.

O tempo vai passando, algo vai mudando; já não existe a receptivida-de ou o carinho de antes. Vem a discórdia, a culpa e o arrependimen-to... E agora? Serão recebidos de volta?

Viveram uma ilusão, alimentaram-se de palavras bonitas, carinhosas e na realidade tudo está se esvaindo... Logo surge a desconfiança en-tre o casal, pois percebem que a mesma coisa pode acontecer nova-mente, com outra com outra pessoa.

Ah, destino! Como às vezes você é cruel! Quantos lares já foram des-truídos por essa falsa ilusão...

Não sou uma pessoa céptica, pode até acontecer, aos poucos, por acaso um conhecimento virtual e o amor existir verdadeiramente. Não discordo, quem sou eu para julgar as pessoas e o desejo que elas tem de sonhar?

Quando são ou estão conscientes da dor que pode ferir corações fiéis, preferem a renúncia, mesmo que o sofrimento perdure, mesmo que a cicatriz não seja curada, optam pela separação e sofrimento.

Não poderá haver paz nem felicidade destruindo vidas, pois com cer-teza o retorno virá.

É muito complexa essa maneira de amar. Mas  se está escrito que este amor irá durar para toda a vida, então por que não vivê-lo inten-samente?

Rayma Lima
Goiânia - GO


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