Por
que o destino aproxima as pessoas virtualmente, mesmo sabendo
que será apenas uma ilusão passageira? Começa pelo acaso, vem
os e-mails,
as comparações se identificam, têm os mesmos gostos, são românticos e carentes.
Com isso aumenta a afinidade e passamos a ver o mundo de uma ma-neira diferente. Pensamos: Estou feliz agora, mas até quando? Por
que a palavra feliz, se não
existe o conhecer pessoal, se não existe olhos nos
olhos,
se não conhece a voz do outro, a não ser
as mensa-gens que vão e vem tornando cada dia o apego mais forte entre as pessoas.
Antes
desta tecnologia, era difícil acontecer o virtual tão rápido. Às vezes demorava anos para que houvesse empatia entre duas pessoas. Hoje, o
acaso, ou palavras bonitas, é como uma flecha disparada no
coração, deixando uma cicatriz do
amor
Geralmente acontece, aliás, é o que mais acontece. Porém há um im-pedimento,
ou de ambas as parte ou de um somente. Alguns têm compromissos familiares e, ficam na corda bamba, não sabem se en-frentam
a aventura
de amor ou se afasta
do outro.
É
compreensível pensar, que cada um tem sua vida, sua personalida-de, sua maneira de ser perante a família. Mas frente a uma tela
virt-ual sentem
que encontrou o
amor de sua vida e que será feliz com ele.
É possível acreditar que seja amor, que finalmente a família já não
tem importância. Ambos deixam seus lares e se unem esperando viver o
amor tão sonhado. Não houve preparação, não houve tempo sufici-ente
para compreensão e aceitação do outro. Passaram a viver nas nuvens sem se
preocupar
com o que ficou para trás, os lares destruí-dos.
O
tempo vai passando, algo vai mudando; já não existe a receptivida-de ou o carinho de antes. Vem a discórdia, a culpa e o
arrependimen-to...
E
agora? Serão
recebidos de volta?
Viveram uma ilusão, alimentaram-se de palavras bonitas, carinhosas
e
na realidade tudo está se esvaindo... Logo surge a desconfiança en-tre o casal, pois percebem que a mesma coisa pode acontecer
nova-mente, com outra
com
outra pessoa.
Ah, destino! Como às vezes você é cruel! Quantos lares já foram
des-truídos por
essa falsa ilusão...
Não
sou uma pessoa céptica, pode até acontecer, aos poucos, por acaso um conhecimento virtual e o amor existir verdadeiramente. Não discordo, quem sou
eu
para julgar as pessoas e o desejo que elas tem de
sonhar?
Quando são ou estão conscientes da dor que pode ferir corações
fiéis,
preferem
a renúncia, mesmo que o sofrimento perdure, mesmo que a cicatriz
não seja
curada, optam pela separação e sofrimento.
Não
poderá haver paz nem felicidade destruindo vidas, pois com cer-teza o retorno virá.
É muito complexa essa maneira de amar. Mas se está escrito que
este
amor irá
durar para toda a vida, então por que não vivê-lo inten-samente?