A escola deve ser um segundo lar para o infante; ali deve ele sentir-se seguro, acolhido e bem tratado, só assim desenvolverá to-do seu potencial, a contento. O estabelecimento escolar que é obrigado a ter em seu seio aquele a quem não deseja, apenas o deixará participar das ativida-des escolares, sem se preocupar com o seu desenvolvimento em to-dos os aspectos desejáveis. Pergunto: quem sairá prejudicado nessa demanda? Costumo, dependendo do texto que escrevo, colocar, abaixo do meu nome, a seguinte frase: "Inclusão, sim, mas com respeito ao ser humano", porque creio que, antes de quaisquer leis, há um ser humano que deve ser tratado com respeito, não devendo sofrer as consequências (ou inconsequências) dos atos de outrem. Sempre lutei pela inclusão da minha filha e aconselho aos pais a fazerem o mesmo, mas, concomitantemente, recomendo: "cuida-do, seu filho é um ser humano sensível que, muitas vezes, nada diz mas compreende toda a carga de preconceito a ele dirigido. Ele é uma pessoa que precisa ser cuidado com atenção. Também uma planta delicada, se durante seu crescimento não for bem cuida-da, não florescerá como deveria.". Traumas adquiridos onde há discriminação, mesmo velada, chacotas de amiguinhos despreparados, a horrível sensação de não conseguir acompanhar, em classe, seus coleguinhas, dificilmente serão tirados de sua mente. Muitas escolas aprovam alunos, com (ou sem) deficiência, sem lhes dar ensino suficiente. Então se impõe uma maior conscientização, tanto por parte das escolas quanto por parte dos pais, quanto à necessidade do re-al aprendizado. Não importa em quantos anos o aluno se alfabeti-zará, mas sim que ele conclua seus estudos com aproveitamento. Eles são os adultos de amanhã e contribuirão para o engrande-cimento do Brasil. Para as crianças com deficiência intelectual, o importante é que elas saibam ler, escrever, fazer cálculos, dentro de suas limi-tações, pois isso as ajudará no decorrer de suas vidas, auxiliando-as na busca de emprego ou até mesmo na leitura de livros, fa-zendo-as adquirir, assim, maior cultura, como também impedirá que sejam ludibriadas por não saberem o que estão assinando, por exemplo. Não adianta ir passando da primeira para a segunda série, da segunda para a terceira, etc., etc., mal sabendo ler e escrever. Nós, pais de pessoas portadoras de deficiência, devemos lem-brar que não somos eternos, e, por isso, enquanto vivermos deve-mos lutar pelos nossos filhos, deixá-los preparados para que, no futuro, quando não mais estivermos sobre a face da Terra, tenham autonomia. Vamos batalhar pela inclusão, mas, antes de tudo, vamos res-peitar o potencial de cada ser humano. Onde quer que a pessoa estude, seja ensinada com o dom que Deus deu aos mestres... A dedicação. Muriel E. T. N. Pokk
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