E por falar em solidão


A solidão pode ser interpretada de diversas maneiras, dependendo da capacidade de se assimilar seus efeitos.

Existem pessoas que sentem necessidade de companhia, precisam porque precisam de gente ao seu redor. Não importa se boas ou más companhias, pois não conseguem entender a vida sem aquele burburinho de gente em volta de si. Se forem pessoas amigas, tanto melhor, o papo será mais agradável. Contudo, mesmo que não o sejam, não tem importância, pois pelo menos servirão de companhia. Seja como for, é preciso existir alguém ao lado para falar, para ouvir. Muitas vezes mais para ouvir. Quem nunca sentiu necessidade de um desabafo, de soltar seus bichos internos para alguém? Por vezes, se for um estranho, melhor ainda, pois, além de não nos julgar, muitas vezes, poderá apenas estar nos escutan-do, sem contudo ouvir-nos.

Quer melhor desabafo do que esse? Dizemos tudo que nos vier à ca-beça, e isso, muitas vezes, serve de uma ajuda incrível. Podemos  também, falar com o espelho, que pode ser um bom ouvinte, mas não é alguém vivo à nossa frente. Alguém, que pelo menos nos passe a impressão de estar ouvindo, se bem que sempre nossos me-lhores ouvintes, desde que saibamos o que e como falar.

Nesse ponto, os melhores ouvintes que existem, são os voluntários do CVV. Através de um frio telefonema, necessitados encontram um calor humano que serve como um grande alívio, que pode até mesmo salvar vidas.

A propósito, encontrei uma frase da grande escritora cearense Rachel de Queiroz, que define bem esse bichinho insidioso que se chama solidão:

A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto viver acompanhado.

Sem qualquer sombra de dúvida. Ter alguém a nosso lado chega a ser vital. A solidão chega a ser desesperante. Tudo depende de co-mo encararmos a vida.

Contudo, pode-se viver só, e muito bem, desde que se encontre um derivativo para ajudar a curtir a solidão. O principal requisito para isso, é saber gostar-se, para que se possa sentir bem em sua com-panhia. Claro, se soubermos amar-nos, seremos um excelente com-panhia para nós mesmos, talvez a melhor de todas.

Muitas vezes apenas a lembrança de lindos momentos vividos, já pode servir como lenitivo, ajudando a superar o trauma da soli-dão. Um bom livro, ou um bom filme, pode ser mais agradável do que um papo insosso. Muitas vezes, sentimo-nos sozinhos, em meio a uma multidão. Depende de nosso estado de espírito.

O que realmente pode ser importante é saber curtir o momento que estamos vivendo. Se estivermos sozinhos, aproveitemos nossa companhia, fazendo aquilo de que gostamos, sem precisar ouvir opiniões ou palpites.

Precisamos aceitar os fatos como eles se apresentam. Nem sempre é conveniente nos isolarmos, mas por vezes um isolamento, ficar apenas meditando, é o que pode nos ajudar a acertar a vida. Mas por vezes, precisamos ter alguém para nos ouvir, bem como preci-samos ouvir alguém que nos possa ajudar. Muitas vezes uma troca de ideias aclara muitas situações nebulosas.

Apenas precisamos saber escolher os momentos de isolamento ou de convivência. É muito difícil seguir-se uma única linha de condu-ta, pois nossa cabeça nunca poderá ser direcionada em um só sentido. Precisamos saber tela aberta para as necessidades de momento. E, não tenham dúvidas de que cada caso, sempre será um caso. Nem sempre a mesma solução que foi tão boa em uma oportunidade, servirá para outra. Há que saber viver, saber definir situações e soluções.

Podemos então deduzir que a solidão pode ser boa, ou pode ser péssima, dependendo de nossa necessidade de momento. Definir essa necessidade, é que por vezes é problemática.

Bem, a solidão é má conselheira, ou antes só que mal acompa-nhado?

Nessa dúvida, o importante é termos UM LINDO DIA.

Para termos bons momentos,
esqueçamos os lamentos,
bem direcionando os pensamentos...

Marcial Salaverry
Santos - SP
www.prosaepoesia.com.br


 

 
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