Crônica escrita em
21/05/2014
Inicio esta minha
crônica com imensa dificuldade em coordenar moderadamente os amargos e
indignados sentimentos que trago su-focados no peito deste meu corpo
diuturnamente massacrado e em minha aviltada alma. Tenho que domá-los num
aflorar comedido para não atropelar o que pretendo expor ao meu paciente
leitor.
TENHO MEDO do destino que terá a
nossa Pátria após 5 de outubro próximo, TENHO MEDO do que poderão fazer com
o sofrido povo brasileiro ao qual honradamente pertenço, TENHO MEDO do
regime que nos será imposto após um plebiscito “arranjado”
caso haja uma catastrófica reeleição, TENHO MEDO do obsoleto comunismo que
irá imperar disfarçado de “socialismo”, TENHO
MEDO de uma ignominiosa ditadura civil vedando nossos olhos, amordaçando
nos-sas bocas e obliterando nossos ouvidos. TENHO MEDO da desfaçatez da
mídia televisiva, escrita e falada nada tendo se manifestado contra a
construção dos estádios, pensando nos lucros que vão ter com patrocínios e
propagandas durante as transmissões dos jogos da Copa. Num inevitável
entrechoque de sentimentos, TENHO ME-DO do meu amado Brasil vencer a Copa e
o povo, empolgado com a glória conquistada, venha a se esquecer das
amarguras pelas quais está passando, desvirtuar seu voto no repente de uma
passageira alegria, custando-lhe mais quatro anos de inferno, quiçá
ditatorial-mente, por maior tempo indeterminado.
A hediondez dos atos impensados,
desequilibrados e inconsequen-tes praticados pelo atual governo, incapaz de
realizar/construir um mínimo promissor e/ou satisfatório em troca dos
escorchantes impostos arrancados da classe média por ele odiada, leva-me a
TER MEDO de sermos arrastados mais para baixo do que estamos. O socialismo
planejado por eles é a extinção da classe média, nive-lando todos à pobreza
e, com isso, dominarem uma sociedade hu-milde e indefesa como soer em Cuba,
Bolívia, Nicarágua e outros países oprimidos por sectários ditadores. TENHO
MEDO de, num próximo amanhã, eu vir a ser distinguido com o direito a uma
bolsa esmola ou cesta básica, ficando cerceado do sagrado direito de uma
subsistência digna e honrada.
Sinto pena de qualquer que seja o
próximo presidente eleito ao re-ceber a herança maldita que lhe será jogada
às costas para recom-por a destruição perpetrada pelos recentes e atual (des)governos.
TENHO MEDO dessas inidôneas urnas que serão portadoras de nosso sufrágio,
acusadas veementemente de serem suscetíveis a falcatru-as em suas apurações,
cujas denúncias foram ignoradas pelos atuais governantes que se mantiveram
num conveniente e manco-munado silêncio, negando-se a que fossem feitas
investigações a respeito das desconfianças que pairam sobre elas. Fácil de
deduzir a razão de tal mutismo: uma vez provado que elas podem ser
mani-puladas, como explicar a lisura de eleições passadas?
Quando rapaz a situação dos
Brasileiros era bem diferente da atu-al, com um País em crescimento. Menos
pessoas carentes existiam na época e a classe média (hoje
odiada) era a maioria, mas um candida-to à Presidência da República,
numa de suas declarações teria dito que não precisava dos votos dos “marmiteiros”.
Era o digníssimo Brigadeiro Eduardo Gomes que perdeu votos suficientes para
não elegê-lo, graças a essa verdade ou boato infundado.
Hoje, está evidente que a situação
se inverteu, isto é: temos mais cidadãos carentes sofrendo duras penas em
suas favelas do que os da classe média. Prova disso é aquela senhora que em
sua verbor-ragia, incentivada por sorrisos e aplausos oriundos de uma
plateia convidada e escolhida a dedo, aposta nessa minha premissa
menos-prezando os votos da minoria, ou seja, da classe média, dizendo
odiá-la. Segundo me consta, ela ganha um salário de R$ 15.000,00 mensais e
ignoro a que classe pertença.
TENHO MEDO, não tanto por mim, mas
pelo sofrimento porvir das inocentes gerações, se agora por elas não
lutarmos para que tenham um futuro promissor e liberto dos grilhões de jugos
autori-tários.
O tanto mais que inda tenho a
dizer, guardarei para depois da Co-pa...